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Moçambique/Sociedade: Explosão de Casos! Quase 50% dos Internamentos por Drogas em 2024 Foram Só em Maputo!

Consumo de drogas atinge níveis alarmantes em Moçambique com quase metade dos casos concentrados na capital

As unidades sanitárias moçambicanas registaram 23.409 atendimentos relacionados com o consumo de drogas durante o ano de 2024. A cidade de Maputo sozinha representou 48,5% deste total, com 11.355 pacientes assistidos, segundo revelou esta quinta-feira (22) o Gabinete Central de Prevenção e Combate à Droga (GCPCD), durante uma conferência de imprensa.

O “Relatório Anual Sobre a Evolução do Consumo e Tráfico Ilícitos de Drogas”, agora apresentado, destaca ainda que as províncias de Manica (6.451 casos) e Sofala (2.606) seguem-se como as mais afetadas. O álcool e a cannabis sativa continuam entre as substâncias mais consumidas no país.

Segundo o chefe do Departamento de Educação Pública e Divulgação do GCPCD, José Bambo, a maioria dos pacientes apresenta perturbações mentais e de comportamento (PMC), sendo jovens, adolescentes e mulheres os mais afetados. Estes pacientes deram entrada nos serviços de psiquiatria e saúde mental devido ao consumo de substâncias psicoativas, um aumento de 41,78% em relação a 2023, quando foram registados 16.511 casos.

“O álcool e a cannabis sativa continuam a ser as principais causas de procura de atendimentos médicos pelo seu uso abusivo. Os serviços de saúde mental estão agora mais próximos da comunidade, permitindo diagnósticos precoces”, afirmou Bambo.

A proliferação do consumo de bebidas alcoólicas e produtos derivados do tabaco é particularmente visível em áreas de restauração, estabelecimentos de ensino, espaços de diversão, ginásios e locais de jogos de azar. Na capital, foram fiscalizados 23 estabelecimentos de ensino de um total de 56, tendo sido emitidos 15 avisos de encerramento, por se encontrarem demasiado próximos de escolas.

Durante estas ações, foram identificadas várias infrações, incluindo a presença de menores em espaços noturnos, ausência de sinalização proibitiva, venda de bebidas alcoólicas e tabaco a menores, e falta de zonas reservadas para fumadores em alguns estabelecimentos turísticos.

Entre os principais constrangimentos ao combate ao tráfico e consumo de drogas em 2024, destacam-se a falta de pessoal especializado, a escassez de recursos financeiros e materiais, e a ausência de centros especializados para tratamento e reabilitação de toxicodependentes.

O relatório também revela que Moçambique continua a ser usado como corredor estratégico para o tráfico internacional de drogas, com rotas que incluem:

  • Afeganistão – Paquistão – Pemba – Zambézia – Maputo – África do Sul (metanfetamina, heroína, anfetamina),

  • São Paulo – Adis Abeba – Maputo – África do Sul (cocaína),

  • São Paulo – Lisboa – Maputo – África do Sul (cocaína),

  • Índia – Moçambique (cocaína).

As drogas têm sido escondidas em malas, colunas, rebuçados, bidões, livros, viaturas, embarcações de pesca e até casas.

Moçambique é cada vez mais o país preferido dos traficantes, devido à sua localização estratégica, fronteiras extensas e infraestruturas de transporte que servem a região Austral de África, uma vulnerabilidade que está a ser explorada pelo crime organizado.

De acordo com Eusébio Nhamússua, chefe da Repartição Central de Crimes Contra a Ordem e Tranquilidade Públicas, o combate ao tráfico depende de uma maior presença fiscalizadora em zonas de entrada e consumo, bem como do reforço da consciencialização pública, sobretudo entre adolescentes e jovens, utilizando para isso as tecnologias de informação em articulação com líderes comunitários, confissões religiosas, sociedade civil e parceiros internacionais.

O Dia Internacional de Luta Contra o Consumo e Tráfico Ilícito de Drogas será assinalado a 26 de junho, um momento crucial para refletir e reforçar as estratégias de combate a este fenómeno crescente.

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