África/Burkina Faso: Ouagadougou pede a retirada das tropas francesas, confirma documento de Ouagadougou

O Burkina Faso solicitou a partida das tropas francesas do seu território no prazo de um mês, de acordo com uma carta das autoridades de Ouagadougou enviada à AFP por uma fonte diplomática no domingo. Nesta carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Burkinabe, dirigida às autoridades francesas e datada de quarta-feira, Ouagadougou “denuncia e põe termo, na sua totalidade, ao acordo” de 17 de Dezembro de 2018 “relativo ao estatuto de intervenção das forças armadas francesas” no país.

Tendo em conta o prazo de um mês de pré-aviso imposto pelo acordo em caso de denúncia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Burkinabe agradeceria que esta carta fosse objecto de uma diligência especial logo após a sua recepção”, afirma o documento.

A fonte diplomática de Burkinabe não pôde confirmar no domingo se Paris tinha acusado a recepção da carta.

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Quando questionada, a presidência francesa disse estar à espera da confirmação da posição de Burkinabe ao “mais alto nível”.

No domingo à tarde, o Presidente francês Emmanuel Macron disse estar à espera de um “esclarecimento” do Burkina Faso sobre um possível pedido de partida das tropas francesas estacionadas no país no prazo de um mês.

Referindo-se a uma “grande confusão”, explicou que queria esperar pelo presidente de transição do Burkina Faso, Ibrahim Traoré, “para se expressar”, apelando a “grande cautela”, durante uma conferência de imprensa em Paris.

Uma fonte próxima do governo Burkinabe disse à AFP no sábado que as autoridades tinham pedido “a partida dos soldados franceses num curto espaço de tempo”, confirmando informações da Agência de Informação Burkinabe (AIB).

A França, uma antiga potência colonial, tem sido contestada no Burkina Faso há meses.

Várias manifestações, a última na sexta-feira, tiveram recentemente lugar em Ouagadougou para exigir a retirada da França do país saheliano, que acolhe um contingente de quase 400 forças especiais francesas, a força “Sabre”.

Desde que chegou ao poder em Setembro num putsch, o segundo em oito meses, o Capitão Traoré e o seu governo têm demonstrado vontade de diversificar as suas parcerias, particularmente na luta contra o jihadismo, que tem atormentado o país desde 2015.

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