América Latina/Colômbia: Mais de 350 defensores ambientais assassinados em seis anos

A PARES registrou 361 assassinatos desde 2018, com 2023 sendo o ano mais letal, com 81 homicídios. Segundo a ONG Global Witness, este ano, a Colômbia, que está sediando até 1º de novembro em Cali as negociações sobre a proteção da natureza com representantes de quase 200 países, registrou o maior número de assassinatos de defensores do meio ambiente.

A Fundação PARES destaca que « a luta entre grupos armados pelo controle territorial se tornou um dos principais fatores de risco para os defensores do meio ambiente », apontando também « a má coordenação das instituições do Estado que dificulta a resposta a essa violência seletiva ».

De acordo com a ONG, algumas vítimas eram opositores a grandes projetos institucionais, como mineração e barragens hidroelétricas. Em 31% dos casos, os autores identificados dos assassinatos pertencem a grupos armados, sendo mais da metade deles atribuídos a dissidentes da ex-guerrilha das FARC, que rejeitaram o acordo de paz histórico assinado com o governo em 2016.

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Outro grupo guerrilheiro, o Exército de Libertação Nacional (ELN), com o qual o governo suspendeu as negociações de paz iniciadas em 2022, é responsável por 20% desses assassinatos por grupos armados. Os narcotraficantes do Clan del Golfo, que estão em diálogo com o governo, são responsáveis por 16% dos casos.

Dois terços dos assassinatos permanecem impunes, com três departamentos colombianos concentrando mais da metade (53%) desses homicídios: Antioquia (noroeste), Cauca e Nariño, na fronteira com o Equador. Esses dois últimos departamentos, situados no sudoeste da Colômbia, são redutos de grupos dissidentes das FARC, que estão divididos sobre a continuidade das negociações.

No Cauca e em Nariño, 57% das vítimas (89 casos) são líderes de comunidades indígenas.