Angola: ONGS angolanas denunciam uma máquina de corrupção eleitoral bem organizada

Organizações cívicas angolanas acusam partidos políticos de aliciarem os seus membros em troca de votos nas eleições gerais da próxima semana. A Constituição angolana proíbe, no entanto, ofertas aos eleitores no período de campanha eleitoral.

Angola está na recta final da campanha, com os concorrentes às eleições gerais da próxima semana, a usarem de todos os meios à sua disposição, com vista a persuadirem o eleitorado.

Adão Ramos, vice-presidente da União Nacional para Inclusão das Pessoas com Deficiência de Angola, denuncia a existência de actos de corrupção eleitoral nesta fase, que acaba por influenciar o livre arbítrio dos eleitores. 

O responsável reconhece que já foi vítima desta  prática  e reprova a atitude de alguns políticos que enveredam por este caminho, como forma de ganhar mais votos nas urnas.

É óbvio que o aliciamento gira também na melhoria das condições de vida, bem estar e de cargo. Eu fui alvo deste tipo de aliciamento. Não aceito e rejeito liminarmente e aqueles menos favorecidos, do ponto de vista social, a quem prometem cadeiras de rodas, uma canadiana, uma cesta básica. Coisas assim têm realmente acontecido,” denunciou o líder da União Nacional para Inclusão das Pessoas com Deficiência de Angola (UNDAR).

Enola dos Passos, representante da Associação de Pessoas com Albinismo da Região Sul de Angola, queixa-se, também da mesma prática. 

A activista social revela ter recebido, há dias, no seu escritório, uma das formações políticas a solicitar para que a comunidade albina não fosse votar presencialmente, atribuindo o seu voto a determinado candidato em troca, de benesses a esta comunidade.

Chegou uma comissão partidária em nosso escritório directivo com a proposta de nos fornecerem protectores solares e produtos extras do nosso tom de pele, a fim de fornecermos votos não presencial ao mesmo partido. Muito sinceramente eu rejeitei, porque eu não tenho a capacidade de entregar cópias de bilhete, para que haja um voto deste. O voto tem que ser presencial e justo”.

Enola dos Passos acha tratar-se de uma atitude que viola a lei e assegura que rejeitou a “proposta da venda do voto” que, para ela, deve ser exercido nas urnas.

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