E esta semana “subimos” à incrível Treetop House (casa na árvore) em Ponte da Barca, uma moradia projetada em torno da premissa de que, num lugar tão especial, a arquitetura nunca poderia competir ou obstruir a natureza ao seu redor. Trata-se de uma casa de primeira habitação, com 145 metros quadrados (m2), num investimento que rondou os 200.000 euros, segundo o explica ao idealista/news João Marques Franco, do estúdio Marques Franco Arquitectos, responsável pelo projeto.
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“Os proprietários não escolheram este local para visitar a natureza, mas para viver no seu meio”, explica o responsável. “A casa nasce num local onde existia uma pequena ruína daí que não houve necessidade de grandes processos de integração. A construção é corrente e não tenta nada de arrojado ou inovador, deixamos isso para os prédios no Dubai, aqui a estrela é a natureza, não o arquiteto”, acrescenta ainda.
Segundo a descrição do projeto, o edifício foi colocado de forma a estar o mais próximo possível dos carvalhos e castanheiros centenários, sem nunca os tocar. “A casa é alcançada a partir de uma cota superior e colocada no declive acentuado, esta combinação de fatores posiciona o nível dos olhos dos habitantes em linha com o topo das copas das árvores, em permanente mudança de cor e movimento motivado pelo vento”, lê-se na descrição do projeto.
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Localizada no norte de Portugal, onde a vegetação é densa e sempre mutável, esta casa procura estar ligada à natureza. No interior essa ligação é óbvia, as paredes exteriores são todas de vidro e são os móveis que definem os espaços de convívio. Com uma planta aberta, é sempre possível ver através dos diferentes espaços, a vegetação exterior.
“O terreno tem um declive muito acentuado e como tal, desde as primeiras visitas que, ao chegar ao local, acedendo a partir de uma cota alta, fiquei fascinado com o movimento das copas das árvores, castanheiros e carvalhos centenários, que faziam um barulho lindíssimo a cada brisa. Desde cedo ficou claro que a casa deveria ser naquele nível, as janelas resultam da minha falta de capacidade de escolher enquadramentos, não conseguiria nunca fazer juízos de valor (janelas) sobre que enquadramentos escolher ou preterir. O betão foi escolhido por ter o tom (cinza escuro) mais neutro possível na envolvente e pela sua textura permitir e convidar as trepadeiras a escalar”, detalha João Marques Franco.
Sobre o aumento da procura por este tipo de casa, no meio da natureza, por causa da pandemia, o arquiteto é perentório: considera que pode aumentar “não como precaução, mas porque as pessoas perceberam o impacto do espaço onde moram na sua saúde/estado de espírito”.
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“Não acredito que a arquitetura mude com a pandemia, não conheço nenhum arquiteto que diga que só se lembrou agora do valor da luz natural e do espaço exterior. Porventura os promotores imobiliários e os clientes privados estarão agora mais abertos quando os arquitectos sugerirem opções nessa linha, mesmo que isso implique reduzir m2 para encaixar no orçamento”, conclui.