Ásia Pacífico: Coreia do Norte dispara mísseis em “simulação de ataque nuclear tático

Pyongyang disparou dois mísseis balísticos na quarta-feira, 30 de agosto, poucas horas antes do fim das manobras militares conjuntas entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Kim Jong Un aproveitou a ocasião para fazer novas ameaças.

Mais lançamentos de mísseis ameaçadores a partir do norte da península. A Coreia do Norte confirmou na quinta-feira, 31 de agosto, que tinha disparado dois mísseis balísticos de curto alcance, explicando que tinha efectuado uma “simulação de ataque nuclear tático” em resposta às manobras dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, informou a agência noticiosa estatal norte-coreana KCNA. Os lançamentos ocorrem poucas horas antes do fim dos exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul, Ulchi Freedom Shield, que continuam a suscitar a ira de Pyongyang.

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Os mísseis foram disparados na quarta-feira em “simulação de um ataque nuclear tático destinado a destruir totalmente os principais centros de comando e bases aéreas” do outro lado da fronteira, na Coreia do Sul, segundo a KCNA. “O primeiro foi lançado por volta das 23h38 (12h38 de Maputo), a uma altitude máxima de cerca de 50 km e a uma distância de voo de cerca de 350 km. O segundo foi lançado por volta das 23h46 (12h46, hora de Maputo) a uma altitude máxima de cerca de 50 km e a uma distância de voo de cerca de 400 km”, segundo os militares japoneses. “O objetivo do exercício é enviar uma mensagem clara aos inimigos”, afirmou o Exército do Norte, segundo a KCNA.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) declarou, em comunicado, ter detectado dois mísseis balísticos de curto alcance disparados do Norte para o Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão, pouco antes da meia-noite. Os mísseis percorreram cerca de 360 quilómetros antes de caírem nas águas e os lançamentos estão atualmente a ser analisados pelos serviços secretos sul-coreanos e norte-americanos, informou o JCS. De acordo com Tóquio, os dois mísseis aterraram perto da costa oriental da península coreana e fora da zona económica exclusiva do Japão.

Kim Jong Un estava de saida, ameaçando com “ataques simultâneos muito intensos”.

Na terça-feira, Pyongyang organizou manobras militares a nível de comando para rsponder a Washington e Seul que estavam a realizar exercícios conjuntos. Nessa ocasião, o líder norte-coreano Kim Jong Un visitou um posto de comando de treino, segundo a KCNA. “O objetivo do exercício é permitir que todos os comandantes e secções de pessoal de todo o exército se preparem totalmente para a guerra”, informou a mesma fonte. De acordo com a KCNA, o exercício simulou um contra-ataque a uma súbita tentativa de invasão para ocupar “todo o território da metade sul”.

Kim Jong Un detalhou os seus futuros planos de guerra, incluindo “ataques simultâneos muito intensos” contra postos militares importantes, a fim de provocar “o caos sócio-político e económico”. Nas fotografias publicadas pelo jornal oficial Rodong Sinmun, o líder norte-coreano, rodeado de oficiais, aparece em frente a um mapa desfocado da península coreana, apontando para o que parece ser a Coreia do Sul.

De acordo com Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha de Seul, os lançamentos de mísseis norte-coreanos durante os exercícios EUA-Coreia do Sul não são invulgares, mas têm sido efectuados a “horas estranhas”. Pyongyang pode querer demonstrar a sua capacidade de atacar a qualquer momento e em várias direcções, ou simplesmente dificultar o controlo e a análise destes lançamentos por parte dos aliados, acrescentou o especialista.

Durante as manobras aéreas dos aliados, pelo menos um bombardeiro estratégico americano B-1B sobrevoou a península coreana na quarta-feira, segundo a Yonhap, um pormenor que irritou particularmente Pyongyang. O Norte descreveu o sobrevoo como uma “séria ameaça” que estava “em linha com o cenário de um ataque nuclear preventivo contra a RPDC (República Popular Democrática da Coreia)”. Na terça-feira, os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão organizaram também um exercício trilateral de defesa antimíssil naval. Os três países intensificaram a sua cooperação em matéria de defesa nos últimos meses, em resposta às crescentes provocações de Pyongyang, que efectuou um número recorde de testes de armas este ano.

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