A caixa-preta ou caixa-negra do avião é nome popular de um sistema de registo de voz e dados existentes nos aviões.
O som ambiente das cabinas de comando e do sistema de áudio são gravados pelo « Gravador de Voz », ou CVR (de Cockpit Voice Recorder), e os dados de performance como velocidade, aceleração, altitude e ajustes de potência, entre tantos outros, é gravado em outro equipamento conhecido como « Gravador de Dados », ou FDR (de Flight Data Recorder).
São, portanto, dois equipamentos distintos e independentes, mas ambos com uma inscrição eletrónica de tempo, que é fundamental para superpor os eventos de voz com os eventos de performance.
O dispositivo foi aperfeiçoado durante a 2ª Guerra Mundial, passando a utilizar fita de metal ou bobinas de alumínio que eram, de forma inerente, muito mais resistentes às chamas do que a fita plástica convencional e, portanto, mais apropriado para resistir a um acidente aeronáutico.
São colocadas normalmente na cauda do avião e feitas de materiais muito resistentes, como aço inoxidável e titânio, capazes de suportar uma aceleração de 33 km/s², um impacto de 3400G durante 6,5 milissegundos, equivalente a um impacto com velocidade de 270 nós (500 km/h) e uma distância de desaceleração de 4,5 metros.
Suportam ainda temperaturas de até 1100°C por uma hora, e pressão hidrostática em profundidades de até 6000 m, de forma a permitir que em caso de acidente se consigam recuperar os registros e investigar as causas do acidente.
Com os avanços da tecnologia, as caixas-pretas utilizam como meio de gravação chips em invólucro resistente a chamas e impactos, e têm capacidade de gravação bem superior.