O Governo chinês afirmou hoje que não houve « vítimas » após as « explosões » ocorridas nas proximidades do seu consulado na cidade de Odessa, no sul da Ucrânia, afirmando que as instalações « foram evacuadas há muito tempo »
As autoridades ucranianas denunciaram, na quinta-feira, que o consulado chinês na cidade, localizada na costa do Mar Negro, sofreu danos, na sequência de um ataque russo com mísseis e veículos aéreos não tripulados (‘drones’).
Em comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros da China indicou que a onda de choque « despedaçou parte das paredes e janelas » do consulado. A mesma nota referiu que há « informações » que apontam para o Exército russo como responsável.
« A China está a acompanhar de perto os eventos », reagiu a diplomacia chinesa, acrescentando que Pequim vai « continuar a manter a comunicação com as partes envolvidas » e que « tomará todas as medidas necessárias para proteger a segurança das instituições e dos cidadãos chineses na Ucrânia ».
« Os agressores atacaram deliberadamente infraestrutura portuária, edifícios administrativos e residenciais. O consulado da República Popular da China ficou também danificado », disse Oleg Kiper, representante da Administração Militar da Região de Odessa.
Pequim recusou condenar a invasão da Ucrânia em fóruns internacionais, mas assegurou que não fornecerá armas para nenhum dos lados da guerra.
A China afirma ser neutra no conflito, mas acusou os Estados Unidos e os seus aliados de provocarem a Rússia e reforçou a relação económica, diplomática e comercial com Moscovo.
Desde o início da invasão, a Ucrânia tentou diplomaticamente impedir que a China ajudasse militarmente a Rússia e expressou esperança de que Pequim use a sua influência sobre o Kremlin para conseguir uma redução nos ataques russos.
Em fevereiro de 2022, pouco antes do início da intervenção militar russa, os líderes de ambas as nações, Vladimir Putin e Xi Jinping, proclamaram uma « amizade sem limites » entre os seus países, em Pequim.