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Como podem as cidades adaptar-se ao risco de inundações?

Padrões climáticos em mudança estão a produzir extremos meteorológicos cada vez mais imprevisíveis e as alterações das infraestruturas urbanas estão a deixar cidades em todo o mundo mais expostas a inundações.

Em Novembro último, a Capital Europeia da Cultura de 2019, a cidade italiana de Matera, foi assolada por aluimentos de terras na sequência da forte precipitação que se fez sentir na região de Basilicata.

Segundo as autoridades, os danos em habitações, empresas e infraestruturas atingiram os 8 milhões de euros. O tufão Hagibis, o mais intenso a atingir o Japão, cortou as redes elétricas e inundou infraestruturas em várias cidades do país. Por seu lado, as áreas menos habituadas a inundações começam a assistir a um maior número destes acontecimentos extremos.

A precipitação extrema, a fusão da neve, as tempestades súbitas e a subida do nível do mar estão frequentemente na origem das inundações fluviais e costeiras, que afectam tanto as zonas urbanas como o campo. As tendências das inundações em todo o continente europeu variam e continuarão a variar, afirma a Agência Europeia do Ambiente (AEA), com as temperaturas mais elevadas a conduzir a precipitação mais intensa e a períodos de seca mais prolongados.

Para este século, as estimativas sugerem que a maioria das regiões da Europa sofrerá chuvas mais intensas no inverno, com verões mais secos no sul e no sudoeste europeu.

As inundações fluviais, já no topo dos acontecimentos climáticos extremos na Europa, refletirão as alterações previstas na precipitação, como revela outro estudo da AEA. As estimativas para o futuro sugerem a ocorrência mais frequente das inundações fluviais que acontecem uma vez a cada cem anos em todo o continente, excepto nalgumas regiões nortenhas, no sul de Espanha e na Turquia.

Em Moçambique chuvas fortes e inundações mataram pelo menos 28 pessoas este ano. Mais de 58,8 mil foram afectados e enchentes danificaram 10,2 mil casas a plantações. A agência da ONU alertou que nível da água começou a subir nos distritos da cidade da Beira, Buzi e Nhamatanda, atingidos pelo ciclone Idai em Março de 2019.

As províncias mais prejudicadas foram de Zambézia, Cabo Delgado e Sofala. Ficaram destruídas 10,2 mil casas e pelo menos 47 escolas foram afectadas. O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Ingc, informou que 66 pessoas ficaram feridas desde o início das tempestades.

Várias pontes foram danificadas, incluindo a ponte sobre o rio Montepuez, em Cabo Delgado, isolando as pessoas nas áreas vizinhas de serviços e assistência essenciais.

A Zambézia, província no centro do país, foi a que mais sofreu 17,432 atingidos. As inundações desde o início de 2020 danificaram a infraestrutura, destruíram as colheitas e deslocaram pessoas.

No final de Dezembro, ventos e chuvas causaram inundações em oito distritos de Cabo Delgado. Ao todo, 59 postes de eletricidade caíram e várias pontes foram danificadas.

Os meios de subsistência também foram afetados na província, com 40 barcos destruídos e 21 avariados, prejudicando mais de 1,2 mil pescadores no litoral.  Cerca de 4 mil hectares de plantações foram alagados.

Na província de Sofala, fortes chuvas causaram inundações repentinas e fluviais desde o mês passado, afetando algumas das regiões mais atingidas pelo ciclone Idai em março do ano passado.  Essas áreas incluem bairros onde as pessoas foram reassentadas após o ciclone.

Na Beira, cerca de 300 pessoas se abrigaram em três escolas diferentes durante a noite de 20 de Janeiro, quando suas casas foram inundadas. A maioria retornou para casa no dia 21 de Janeiro, quando a água recuou, mas cerca de 10 famílias continuaram na Escola Matadouro.

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