O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou ontem o encerramento do seu centro, em Tripoli, devido ao agravamento do conflito na Líbia.
O centro, que alojava
refugiados, foi encerrado por receio de que não se possa garantir protecção a
quem trabalha e vive nas instalações, depois de se saber que polícias e
militares do governo líbio estão a exercer actividades nas proximidades.
“Preocupa-nos que toda a zona possa transformar-se num objectivo militar,
o que representaria um risco maior para refugiados e outros civis”, afirmou
o chefe da missão do ACNUR na Líbia, Jean-Paul Cavalieri, num comunicado.
Os refugiados que se encontravam no centro de Tripoli, serão transferidos para
instalações mais seguras, adiantou a ACNUR.
O controlo da Líbia é disputado desde 2015 pelo Governo de Acordo Nacional
(GAN) liderado por Fayez al-Sarraj, reconhecido pela ONU e sediado em Tripoli,
e pelo Exército Nacional Líbio liderado pelas forças do marechal dissidente
Khalifa Haftar, que em Abril de 2019 desencadeou uma ofensiva em direcção à
capital.
Desde que os combates
recomeçaram entre os dois lados rivais, mais de 280 civis e 2.000 combatentes
foram mortos e, segundo a ONU, mais de 170 mil habitantes tiveram de ser
deslocados.
O centro da ACNUR recebeu cerca de 900 pessoas desde Julho de 2019 e registava
problemas de saturação.
Fonte: Notícias ao Minuto
