Convidamos-lhe A Descobrir: Angoche

Angoche é um distrito, cidade e município localizado na Província de Nampula no nordeste de Moçambique. O distrito tem limites no Norte com o Distrito de Mogincual, no Sul com o Distrito de Larde, a leste com o Oceano Índico e a oeste com o Distrito de Mogovolas. A cidade principal é Angoche. Está situada a 185 km da capital provincial, a cidade de Nampula.

Exploradores Árabes

Antes da chegada de Vasco de Gama em 1498, e de acordo com a tradição oral local, o Arquipélago de Angoche, constituído por várias ilhas, era habitado por uma comunidade que fazia parte do Suaíli, na costa da África Oriental. Os grupos dominantes na região, os Anhapakhos, eram membros da família Shiraz, que alegadamente chegaram às ilhas de Angoche e Quiloa (na actual Tanzânia), cujos sultões eram também Shirazis, originários do porto de Shiraz, localizado no lado persa do Golfo Pérsico. Um dos fundadores da família reinante do Sultanato de Angoche foi Hasani, que morreu no mar e foi enterrado na ilha que mais tarde recebeu o seu nome, Kisiwa Sultani Hasani (conhecida como Ilha de Mafamede pelos portugueses). Segundo Duarte Barbosa, que escreveu em 1508, os hábitos, costumes e língua dos habitantes das ilhas de Angoche eram semelhantes aos da Ilha de Moçambique.

Na altura da chegada dos primeiros exploradores islâmicos, a quem os portugueses chamavam “mouros”, os povos Marundos, descendentes dos Amacúas, já habitavam as terras de Angoche. De acordo com relatos orais, este povo já tinha sido constituído antes da primeira incursão dos Bantu. A história conta que dois homens importantes com os nomes Mussa e Hassan, acompanhados pelos seus parentes e escravos, deixaram Zanzibar seguindo diferenças religiosas e dirigiram-se e instalaram-se na Ilha de Moçambique. Um dia, Hassan, com a intenção de chegar ao continente de Moçambique, na região da Baía de Angoche, foi surpreendido por uma forte tempestade, acabando por perder a sua vida quando caiu ao mar. Hassan foi enterrado no local mais próximo, que era a ilha de Mafamede. Notificando Mussa da morte de Hassan, foi ao local para ver o túmulo de Hassan, tendo embarcado na aldeia de Mialule, agora Melule. Chegou a Mafamede onde Hassan tinha sido enterrado e, tendo Mussa gostado do local, lá deixou o seu filho Xosa que escolheu Muchelele, um local próximo do túmulo de Hassan, para estabelecer a sua residência e onde começou a governar com o título de Sultão. São alguns dos filhos de Xosa que dão origem à população de Catamoio que, por sua vez, dá origem à Aldeia de Angoche.

Resistência Colonial e de Ocupação Portuguesa

Em 1863, a terra foi conquistada aos portugueses pelo Sultão Mussa, apoiado por comerciantes de escravos. Até meados do século XIX, os portugueses foram incapazes de controlar ou estabelecer-se nas ilhas ou no continente de Angoche. A situação mudou quando um dos membros da família real das Ilhas Angoche, Mussa Mohammad Sahib Quanto (d. 1879), decidiu atacar os prazos de Macanja da Costa, pertencente aos irmãos Silva, devido à disputa sobre o controlo das estradas de fluxo de escravos do interior para a costa.

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Os portugueses foram apoiar o da Silvas e um pequeno destacamento militar de cerca de vinte elementos veio ocupar a ilha em 1861, juntamente com João Bonifácio da Silva, um dos irmãos Silva. O povo do prazer, depois de se vingar dos Anhapakhos, não teve interesse em se instalar nas ilhas e regressou às suas terras. Consequentemente, Mussa Quanto recuperou a ilha, onde foi instalado como sultão e os poucos portugueses presentes foram expulsos. Desde o início da “ocupação efectiva” de África, que teve um início decisivo em 1895, as ilhas de Angoche sofreram repetidas agressões por parte dos portugueses. Depois o outro membro da família real angoche, Omar bin Nacogo Farallahi (conhecido como Farelay pelos portugueses), juntamente com o sultão Ibrahim e os seus aliados, os Macuas do continente, lideraram a resistência que durou até 1910, quando Massano de Amorim e outros oficiais portugueses conseguiram conquistar militarmente a região.

Depois de tomar a ilha em 1861, os portugueses criaram a povoação moderna (decreto datado de 05.07.1865), cujo foral foi aprovado em meados do século XX (Portaria nº 11.585 de 04.08.1956, quando a cidade foi abastecida de água). A evolução do processo administrativo de Angoche passou então pelas seguintes fases ao longo do século XIX: sede da circunscrição a 30 de Julho de 1921, e sede do condado a 31 de Outubro de 1934; elevou a aldeia a 19 de Dezembro de 1934 e a cidade a 26 de Setembro de 1970. Embora os portugueses continuassem a administrar a região a partir de uma das ilhas de Angoche (Quiloa), já havia uma pequena população portuguesa em Parapato, em parte do continente.

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Desde o início dos anos 30, na altura do Estado Novo, a região de Angoche continental tornou-se um dos centros de produção de caju e arroz, para além da pesca tradicional, que já existia na costa. Os portugueses identificaram a região de Puli, onde viviam os africanos, como a melhor parte continental do Parapato. Consequentemente, os africanos foram reinstalados no Bairro de Inguri, criado nessa altura, e em Puli foi construída a aldeia europeia de alvenaria chamada +. A evolução urbana pode ser acompanhada através da edição municipal Planta da Vila de António Enes (esc. 1/5.000), datada de 1958, na qual é desenhada a grelha elementar que compõe a vila no litoral. Os planos ou estudos de urbanização do século XX datam de 1924, 1932 e 1965 (sendo este último da autoria do arquitecto Bernardino Ramalhete e revisto pela Hidrotécnica Portuguesa em 1972). Em 1968 e 1972, o governo colonial, preocupado com a propagação dos movimentos de libertação no norte de Moçambique, levou a cabo várias medidas destinadas a conquistar muçulmanos para o seu lado, embora muitas delas estivessem também relacionadas com as políticas de descentralização do governo português a partir de 1971, o que permitiu a canalização de novos fundos para as colónias. Isto resultou numa melhoria da qualidade de vida da população africana, incluindo o saneamento básico e a construção de bairros de alvenaria para africanos, incluindo o Bairro de Inguri, na cidade de Angoche. Ao mesmo tempo, o governo português restaurou algumas mesquitas históricas importantes e construiu novas, tais como a Mesquita de Catamoio, numa das ilhas de Angoche, inaugurada pelo General Kaúlza de Arriaga em 1971. Monumentos e Estátuas O Monumento a António é destacado Enes, simples busto num pedestal, em frente da Câmara Municipal (construído antes de 1954). Foi construído como uma “homenagem à população do concelho”, como se podia ler na inscrição na sua base, que consiste num volume de pedra prismática com dois contrafortes, também em pedra, de cada lado.

Angoche era um dos mais importantes centros sócio-económicos da região. Com a proclamação da Independência Nacional, em Fevereiro de 1976, a cidade de António Enes foi rebaptizada Angoche. Em 1997, a cidade é elevada à categoria de Município Municipal, ao abrigo da Lei 10/97 de 31 de Maio.

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