O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu hoje que o exército ucraniano lançou uma nova contraofensiva na região sul de Zaporijia, anexada no ano passado pelo Kremlin.
Num discurso transmitido pela televisão pública, Putin alegou que Kyiv perdeu mais de 200 soldados nas últimas 24 horas durante o ataque, enquanto as tropas russas sofreram 10 vezes menos baixas.
« O inimigo não teve sucesso em nenhum dos setores da frente. Todas as tentativas de contraofensiva foram repelidas. O inimigo foi repelido com pesadas perdas », disse Putin.
O líder russo alegou também que o inimigo utilizou « um grande número de viaturas blindadas », cerca de 50, das quais 39, incluindo 26 tanques, teriam sido destruídas, acrescentando que 40% desse equipamento militar ucraniano foi destruído pela aviação russa e o restante pelas divisões localizadas no solo.
« Os nossos soldados e oficiais deram o melhor exemplo de heroísmo », assegurou Putin, anunciou que estes soldados serão premiados.
Nesta nova vaga de contraofensiva, o exército ucraniano procura recuperar o controlo da central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, e, a longo prazo, da cidade de Melitopol.
O controlo de Zaporijia é considerado essencial para garantir o corredor terrestre estabelecido pela Rússia entre Donbass e a península anexa da Crimeia, ao longo do Mar de Azov.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de « desnazificar » e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.