O segundo relatório de transparência produzido pela empresa americana TripAdvisor revela, na quarta-feira 27 de Outubro, que a empresa detectou quase um milhão de falsas revisões submetidas à sua plataforma em 2020, ou seja, 3,6% de todas as mensagens. 67,1% destas falsas revisões foram, no entanto, detectadas antes de serem publicadas pelo algoritmo de pré-publicação, afirma a empresa. O sítio é regularmente criticado pela sua moderação, que é considerada demasiado laxista, segundo The Guardian, que reporta sobre o novo relatório.

Em 2019, TripAdvisor rejeitou críticas do site de apoio ao consumidor Which ? que constatou que uma em cada sete críticas publicadas na plataforma apresentava “traços flagrantes” de engano, com base numa análise de 250.000 críticas de hotéis publicadas no site. Valorizando o seu trabalho de detective, TripAdvisor disse ter removido mensagens suspeitas de terem sido escritas contra um pagamento de todo o mundo.

Dos 131 países que produziram revisões falsas em 2020, foi identificado um “pico” na Índia, “mas não necessariamente envolvendo empresas indianas”, diz The Guardian. Os investigadores da empresa terão identificado 65 novos Sites de revisão pagos e bloqueado publicações de um total de 372 Sites.

Pandemia e desinformação

A queda na actividade turística global, devido às restrições sanitárias impostas para combater a pandemia, explica a elevada proporção de revisões rejeitadas ou suprimidas em 2020, diz o relatório TripAdvisor. O relatório assinala que não são apenas as revisões falsas que estão a ser verificadas. No total, mais de 2 milhões de revisões (ou 8,6% do total) foram alegadamente rejeitadas ou eliminadas no ano passado porque continham desinformação ou preconceitos raciais.

Mais de 26 milhões de revisões foram publicadas no TripAdvisor em 2020, das quais 12 milhões foram sobre restaurantes, 8 milhões sobre hotéis e 4 milhões sobre actividades, relata The Guardian. Mais de metade destes estavam na Europa e 23,5% na América do Norte.