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Internacional/America: O Domo de Ouro, o escudo antimísseis americano inspirado em Israel: como funciona e por que gera controvérsia

O « Domo de Ouro », o futuro sistema de defesa antimísseis inspirado no « Domo de Ferro » israelense, deverá estar operacional até o fim do mandato de Donald Trump

O futuro « Golden Dome », anunciado por Donald Trump, é inspirado no « Domo de Ferro », um dos três sistemas de defesa de Israel. Trata-se de um escudo que protege o país contra ataques, interceptando mísseis, foguetes e também drones.

« Quando estiver concluído, o Domo de Ouro será capaz de interceptar mísseis mesmo que sejam lançados do outro lado da Terra e até do espaço », explicou Donald Trump, que em janeiro assinou um decreto para elaborar, num prazo de dois meses, um plano para implementação de um « escudo antimísseis de nova geração » destinado a combater « mísseis balísticos, hipersônicos, de cruzeiro, assim como outros ataques aéreos avançados ».

« É muito importante para o sucesso e até para a sobrevivência do nosso país », afirmou Trump, que já havia mencionado a ideia de um « Domo de Ferro à americana » durante sua campanha eleitoral.

Na prática, um radar detecta o lançamento do míssil inimigo e o identifica. Depois, um centro de controlo analisa a trajetória e o ponto de impacto antes de ordenar o lançamento do míssil interceptador. Esses mísseis só são disparados se o sistema detectar que o foguete inimigo pode atingir uma área habitada ou estratégica.

Desde que entrou em operação em 2011, o « Domo de Ferro » israelense interceptou milhares de foguetes, destruindo cerca de 90% dos ataques, segundo a empresa militar israelense Rafael, que participou do seu desenvolvimento.

Concebido para abater foguetes ou mísseis com alcance de até 70 km, o sistema foi utilizado para defender Israel contra ataques iranianos nos últimos meses.

Embora o governo israelense tenha inicialmente desenvolvido o « Domo de Ferro » sozinho, após a guerra do Líbano em 2006, os Estados Unidos passaram a colaborar, oferecendo seu conhecimento em defesa e bilhões de dólares em apoio financeiro.

Quando o « Domo de Ouro » estará pronto?

Nesta terça-feira, Donald Trump anunciou que a Casa Branca selecionou oficialmente uma arquitetura para o futuro « Domo de Ouro », descrito como um « sistema de última geração ». Embora vários nomes tenham sido mencionados na imprensa americana, como SpaceX e Lockheed Martin, a empresa responsável ainda não foi oficialmente revelada.

O presidente prometeu que este « Domo de Ferro americano » estará operacional até o fim de seu mandato, em 2029.

Trump também informou que o Canadá irá se juntar à iniciativa. Em fevereiro, o país já havia se manifestado como parceiro essencial para a defesa conjunta da América do Norte. « Um sistema integrado de defesa antimísseis para toda a América do Norte é o mais lógico para todos », disse o ministro da Defesa canadense, Bill Blair.

Por que o projeto já é alvo de críticas?

Apesar de ter sido mencionado durante a campanha de Trump, o alto custo previsto para o projeto já gerou críticas.

Especialistas afirmam que o sistema de escudo antimísseis, como o israelense, foi projetado para ataques de curta e média distância, não para interceptar mísseis intercontinentais que possam atingir os Estados Unidos.

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Para proteger os 10 milhões de km² do território americano contra mísseis balísticos, seria necessária uma constelação de milhares de satélites interceptadores em órbita, garantindo uma defesa completa e permanente, segundo especialistas.

Nesta terça, Trump estimou o custo total do projeto em cerca de 175 bilhões de dólares após sua conclusão. Segundo uma agência do Congresso dos EUA sem filiação partidária, o custo estimado para um sistema de interceptação espacial que combata um número limitado de mísseis balísticos intercontinentais varia entre 161 bilhões e 542 bilhões de dólares em 20 anos.

A ideia também não foi bem recebida por Rússia e China. Moscou vê o projeto como um plano comparável à « Guerra nas Estrelas » defendida por Ronald Reagan durante a Guerra Fria.

« Consideramos essa iniciativa uma nova confirmação da intenção dos Estados Unidos de transformar o espaço numa arena de confrontos armados e implantar armas no espaço », declarou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia no final de janeiro.

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