Mikhail Gorbachev: O homem que levantou a cortina de ferro faz esta terça-feira 90 anos

Former head of the Soviet Union Mikhail Gorbachev speaks during a ceremony to hand over three paintings by Russian artist Paul Chmaroff including "Paysannes dans les Bois", "Deux Baigneuses" and "Autoportrait", to the Museum of Russian Impressionism in Moscow on December 16, 2016. / AFP / Vasily MAXIMOV (Photo credit should read VASILY MAXIMOV/AFP/Getty Images)

O homem que levantou a cortina de ferro faz esta terça-feira 90 anos. São raras as imagens recentes de Mikhail Gorbachev. Diz-se que a pandemia agravou o isolamento a que a frágil saúde já o obrigava. O Nobel da Paz foi o último líder da União Soviética – governou o gigante euroasiático entre 1985 e 1991.

Foi com ele que glasnost se passou a conjugar com liberdade de expressão e que perestroika apontou caminho à descentralização da decisão económica. De Berlim a Vladivostok, as reformas de Gorbachev semearam mudança e esperança.

János Zolcer, amigo do antigo chefe de Estado, foi também seu biógrafo. Diz que o maior legado que deixou às gerações futuras foi a liberdade.

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“O facto de estarmos aqui e falarmos livremente. Este é o maior legado. Há 30 anos, praticamente deu liberdade à União Soviética e aos povos da Europa de Leste. Ele disse que eramos soberanos. A forma como lidámos com isso determina a forma como vivemos hoje as nossas vidas,” afirmou Zolcer à Euronews.

A verdadeira mudança no regime aconteceu depois do trágico acidente da central nuclear de Chernobyl, em 1986. Só muito tempo depos se soube a informação que tinha sido escondida. Mas a catástrofe empurrou a transparência – a glasnost – para cima da mesa. O objetivo, assumido, era alcançar o socialismo com um rosto humano.

A popularidade externa de Gorbachev não colhia internamente. A perestroika não melhorou, de facto, a vida dos cidadãos na União Soviética. A reestruturação tão desejada tornou-se arma de arremesso político.

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