É oficial: a Xiaomi revelou o seu primeiro veículo elétrico, o promissor SU7. Com a ideia de competir com a Tesla, nada menos.

A gigante chinesa da tecnologia Xiaomi deu o próximo passo no seu desenvolvimento ao revelar o seu primeiro carro elétrico: o SU7. O anúncio surge numa altura em que muitas marcas chinesas (como a Huawei) estão a intensificar a sua presença no mercado dos veículos eléctricos. A empresa de telefones, que também fabrica carrinhos de bebé, relógios conectados, trotinetas e aspiradores robóticos sem fios, pretende agora enfrentar os grandes líderes do sector automóvel, como a Tesla e a Porsche. E isso é apenas o começo. Com sede em Pequim, a marca revelou que o seu primeiro carro deverá estar à venda em 2025. Para isso, a Xiaomi contou com a ajuda da Beijing Automotive (BAIC), que já trabalha com a Mercedes e a Hyundai.

O automóvel está totalmente equipado com o software e as tecnologias electrónicas mais recentes desenvolvidos pela Xiaomi. Lei Jun, Diretor Executivo da Xiaomi, tem como objetivo tornar-se um dos cinco maiores fabricantes de automóveis do mundo nos próximos 15 a 20 anos. Pode parecer um desafio complicado, mas sendo a China o maior produtor de automóveis do mundo e atualmente o maior exportador de automóveis do mundo, à frente do Japão, o empresário pode sonhar em grande.

Do ponto de vista do design, o SU7 faz lembrar o Tesla Model 3, mas, numa inspeção mais atenta, é difícil imaginar que este carro não se tenha inspirado no Porsche Taycan. Em termos de baterias, o SU7 terá uma autonomia impressionante de até 800 km.

O SU7 – que mede 4,99 metros de comprimento, 1,96 metros de largura e 1,440 metros de altura, com uma distância entre eixos de 3 metros – está posicionado no topo da gama, com especificações técnicas impressionantes. Apresentado em duas versões – tração traseira ou tração dupla às quatro rodas – o primeiro tem uma autonomia de 668 km, enquanto o segundo, com os seus 673 cv, rivaliza com os modelos mais potentes da Porsche.

A bateria de 101 kWh promete um recarregamento rápido, com uma autonomia de 220 km em apenas 5 minutos e de 510 km em 15 minutos, segundo o agora novo construtor automóvel chinês. O carregamento ultrarrápido é a imagem de marca dos smartphones premium 13T Pro da Xiaomi.

O interior oferece uma experiência clássica, mas incorpora no ecossistema um grande ecrã central de 16,1 polegadas e um sistema HyperOS utilizado pelo quarto maior fabricante de smartphones do mundo. Além disso, a marca desenvolveu o seu próprio sistema de condução autónoma, chamado Xiaomi Pilot, que se baseia em particular no LiDAR, uma tecnologia de deteção remota que pode medir distâncias e movimentos precisos em tempo real.

Embora o SU7 se destine inicialmente ao mercado chinês, a Xiaomi não escondeu a sua ambição de se tornar um ator importante no sector automóvel mundial. Para já, não foi revelado qualquer preço, mas Lei Jun revelou que o custo seria “um pouco elevado, mas justificado”. O valor é de 400.000 yuan, ou seja, cerca de 50.000 euros. É muito mais barato do que os seus futuros rivais: o Tesla S, que começa em 94.990 euros, e o Porsche Taycan, disponível a partir de 96.080 euros. Por isso, poderá ser um argumento poderoso para os fabricantes de automóveis ocuparem o seu lugar na paisagem automóvel mundial.