Os governos de Moçambique e de França apelaram segunda-feira em Maputo à intensificação e diversificação do investimento e do comércio bilateral, explorando as potencialidades entre os dois países.
“O potencial e a capacidade competitiva que a França oferece em termos de capital, tecnologia e experiência fazem dela um parceiro privilegiado de Moçambique”, disse o ministro da Indústria e Comércio de Moçambique, Silvino Moreno.
Moreno falava durante um fórum de negócios entre Moçambique e França, que se realiza segunda e terça-feira em Maputo.
O ministro disse que Moçambique conta com os investidores de França para ajudar na industrialização do país, com vista a reduzir a sua dependência da exportação de matérias-primas, para vender produtos mais transformados e com valor acrescentado.
A agricultura, a energia, as infra-estruturas, a indústria, os recursos minerais e o turismo são domínios com um enorme potencial de investimento no país africano, acrescentou.
O ministro sublinhou que o país quer reduzir o desequilíbrio nas suas trocas comerciais com França, vendendo mais àquele país europeu.
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Entre 2018 e 2019, referiu o ministro da Indústria e Comércio, Moçambique teve exportações equivalentes a cerca de 200 milhões de dólares (181,7 milhões de euros) para França e importou daquele país cerca de 700 milhões de dólares (636 milhões de euros), ilustrando a enorme assimetria nos fluxos comerciais entre os dois países.
Por seu lado, o embaixador da França em Moçambique, Yann Pradeau, defendeu que os dois países devem aproveitar a dinâmica criada pelo investimento colossal da multinacional francesa TotalEnergies em projectos de gás natural na bacia do Rovuma para dinamizar as relações económicas e comerciais bilaterais.
“A dinâmica das parcerias franco-moçambicanas está aqui”, sublinhou Pradeau. “Esta dinâmica é simbolizada por um dos maiores investimentos de uma empresa francesa, a TotalEnergies.”
O diplomata lembrou que as autoridades moçambicanas tomaram medidas para tornar o país mais atractivo para as empresas estrangeiras, como a isenção de vistos de negócios de curta duração, no âmbito do Pacote de Aceleração Económica (PAE) aprovado em Agosto.
“O governo de Moçambique anunciou recentemente várias medidas fortes para promover o investimento estrangeiro”, disse o embaixador.
Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a maior associação empresarial do país, defendeu que o governo deveria fazer mais para criar um ambiente mais favorável ao investimento estrangeiro, nomeadamente aprovando regras mais atractivas e tornando o regime cambial mais flexível para a entrada e saída de capitais.
A adopção de tais instrumentos permitiria “reduzir a incerteza” em relação aos investimentos.
O fórum que começou na segunda-feira conta com a participação de 70 empresários da França continental e dos territórios ultramarinos da Reunião e Mayotte (situados no Oceano Índico mas administrados por Paris).
Do lado de Moçambique, cerca de 50 empresas estão representadas na conferência.