A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), chefiada pelo seu presidente Álvaro Massingue, está a aproveitar a sua participação no Fórum Empresarial e Económico Turquia-África (TABEF 2025) para promover o potencial económico moçambicano e atrair novos parceiros estratégicos nas áreas de agricultura, agro-processamento, infra-estruturas e tecnologia.
Com uma delegação de cerca de 25 empresários provenientes de várias províncias — Maputo, Sofala, Nampula e Inhambane —, a CTA tem como principal meta estimular o investimento directo turco e divulgar as potencialidades nacionais.
Em entrevista à AIM, à margem dos encontros B2B realizados no fórum, a directora executiva da CTA, Teresa Moenda, explicou que o objectivo é “mostrar as potencialidades do país e consolidar parcerias com empresários africanos e turcos que contribuam para o crescimento económico de Moçambique.”
Agricultura e agro-processamento como prioridades
Moenda destacou que a agricultura e o agro-processamento estão no centro da missão, reconhecendo as perdas significativas de produtos agrícolas devido à falta de capacidade industrial no país.
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Anuncie aqui: clique já!“Visitámos uma empresa turca que processa feijões, tomate e berinjela, produtos também cultivados em Moçambique, mas que muitas vezes se perdem por falta de processamento. Convidámos a empresa a abrir uma filial em Moçambique para aproveitar o acesso privilegiado que o país tem aos mercados africanos, europeus e asiáticos”, revelou.
A responsável lembrou que Moçambique possui vantagens competitivas únicas, nomeadamente a localização estratégica na costa do Índico e acordos comerciais com os Estados Unidos, a União Europeia e a China, tornando-se “uma grande porta de entrada para o mercado africano e uma base natural para a expansão das empresas turcas no continente”.
Infra-estruturas e tecnologia como motores de crescimento
Além da agricultura, a CTA procura parcerias no desenvolvimento de infra-estruturas, reconhecendo o papel essencial que estas desempenham na atração de investimentos e na industrialização.
“Para desenvolver qualquer negócio em Moçambique, precisamos de estradas e infra-estruturas modernas. Viemos procurar empresas turcas com experiência neste domínio para explorar parcerias público-privadas que possam acelerar o progresso do país”, afirmou Moenda.
A delegação moçambicana inclui também empresários da construção civil e das tecnologias de informação, sectores onde a Turquia é referência internacional.
“A Turquia está mais avançada tecnologicamente e queremos adaptar essa experiência ao contexto moçambicano, fortalecendo as capacidades nacionais e criando emprego e inovação. O nosso objectivo não é apenas ser um mercado comprador, mas um parceiro activo que cria valor”, acrescentou.
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Comprar um espaço para minha empresa.Feijões do Niassa despertam interesse turco
Moenda revelou ainda que empresas turcas têm mostrado interesse nos feijões do Niassa, sublinhando que Moçambique pode tornar-se um fornecedor competitivo para este mercado.
“Empresas turcas importam feijões do Burundi e do Uganda. Moçambique, com mais de 20 variedades, pode oferecer qualidade e proximidade logística”, afirmou.
TABEF 2025: uma ponte entre África e a Turquia
O TABEF 2025, organizado pelo Ministério do Comércio da Turquia em coordenação com a União Africana e o Conselho de Relações Económicas Externas (DEİK), decorre no Centro de Congressos de Istambul e reúne mais de 4.000 empresários de 54 países africanos.
Durante a sessão de abertura, o Ministro do Comércio da Turquia, Ömer Bolat, anunciou a meta de elevar o volume de comércio com África para 40 mil milhões de dólares, destacando o papel de fóruns como o TABEF na construção de “parcerias sustentáveis e de valor partilhado”.
A Comissária da União Africana, Francisca Tatchouop Belobe, defendeu a importância de investimentos transformadores, que gerem emprego, promovam a industrialização e a inovação. “A Turquia tem sido um parceiro credível nesse esforço”, frisou.
A presença da CTA e dos empresários moçambicanos no TABEF 2025 reforça o comprometimento do país com a diversificação produtiva, a transferência tecnológica e a construção de parcerias sólidas que impulsionem o crescimento sustentável de Moçambique.