A Gemfields, multinacional britânica cotada na bolsa de Londres, anunciou que irá concluir a construção da sua segunda unidade de processamento de rubis em Moçambique até ao final do primeiro semestre de 2025, apesar das dificuldades provocadas pela atual redução na produção de pedras preciosas de qualidade premium.
A nova instalação, conhecida como PP2, está a ser erguida na Montepuez Ruby Mining (MRM), uma das maiores minas de rubis do mundo, situada na província de Cabo Delgado, no norte do país. A empresa detalhou, em entrevista à Engineering News, que o projeto se mantém dentro dos prazos previstos, demonstrando confiança no potencial geológico da região, apesar dos desafios.
“Cada pedra preciosa colorida é única. Mesmo com o apoio de métodos geológicos modernos, não há garantia sobre a quantidade, qualidade ou valor dos rubis até que sejam extraídos e processados”, explicou a Gemfields, reforçando o carácter imprevisível da atividade mineira.
Variações geológicas afetam a produção
A empresa reconheceu que a variabilidade natural das formações geológicas tem afetado a produção de rubis brutos de alta qualidade nos últimos meses. Este cenário é considerado típico neste setor, mas tem tido impacto direto sobre os resultados de curto prazo.
Ainda assim, a Gemfields mantém uma estratégia de longo prazo centrada na sustentabilidade, inovação e investimento infraestrutural, apostando na modernização das suas operações em Moçambique, que representam uma parcela significativa da sua carteira global.
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Comprar um espaço para minha empresa.Nova unidade reforçará capacidade industrial
Com a nova unidade PP2, a Gemfields espera aumentar substancialmente a sua capacidade de processamento, melhorando a eficiência na triagem e classificação dos rubis extraídos, o que poderá mitigar os efeitos das flutuações geológicas.
A Montepuez Ruby Mining, operada em parceria com a empresa moçambicana Mwiriti Limitada, é reconhecida como uma das principais fontes mundiais de rubis de cor intensa e qualidade comercial. Desde o início das suas operações, a MRM já gerou centenas de milhões de dólares em receitas de leilões internacionais, contribuindo com receitas fiscais e benefícios sociais na região de Cabo Delgado.
Resultados positivos em Moçambique em 2024
Apesar da redução pontual da produção premium, a Gemfields reportou resultados operacionais positivos em Moçambique no primeiro semestre de 2024, sustentados por uma gestão eficiente dos recursos, a diversificação da produção e uma procura estável no mercado global de joalharia.
Além da construção da nova planta, a empresa tem continuado a investir em programas comunitários, formação local, saúde, educação e segurança, com o objetivo de fortalecer o tecido social das comunidades vizinhas à concessão.
Moçambique reforça posição no mercado global de gemas
A aposta da Gemfields em expandir as suas operações em Cabo Delgado reforça o estatuto de Moçambique como líder africano na produção de pedras preciosas, ao lado de países como Zâmbia e Madagáscar.
A empresa tem defendido, em fóruns internacionais, a promoção de práticas responsáveis no setor mineiro, destacando Moçambique como um exemplo de equilíbrio entre exploração de recursos e desenvolvimento sustentável.