Moçambique: Governo vai subsidiar « chapas » após paralisação em Maputo

O Governo moçambicano anunciou hoje um subsídio aos transportadores coletivos das capitais provinciais, para evitar paralisações espontâneas como as que hoje aconteceram em Maputo e que deixaram a capital a meio-gás.

Os proprietários de autocarros e ‘chapas’, ligeiros improvisados como transporte urbano coletivo, encostaram ontem os veículos depois do aumento do preço dos combustíveis que entrou em vigor no sábado.

« Dentro de duas semanas, um mecanismo » de apoio financeiro do Estado aos passageiros deverá estar implementado para um período de seis meses, para que os utentes possam suportar futuras tarifas « sustentáveis » para os operadores do setor.

Enquanto se prepara esse subsídio para os passageiros, « o Estado subsidia os transportadores », esclareceu ontem Osório Sitoe, porta-voz da tutela, em conferência de imprensa.

O acordo permitiu que os transportes voltassem a circular, referiu Castigo Nhamane, presidente da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (Fematro), sem mais detalhes sobre valores.

O subsídio para os passageiros, anunciado na última semana pelo Presidente da Republica, Filipe Nyusi, será apoiado pelo Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e Fundo Monetário Internacional (FMI), mas o porta-voz remeteu pormenores sobre montantes para mais tarde, referindo que as negociações ainda decorrem.

Também estão por definir as modalidades eletrónicas que vão servir para os utentes de transportes coletivos receberem o subsídio.

Tanto o porta-voz do Ministério dos Transportes como o presidente da Fematro pediram « perdão » pelos transtornos causados com as paralisações de hoje em Maputo.

Osório Sitoe admitiu que talvez tenha « faltado comunicação », porque o subsídio para os passageiros é uma matéria que está a ser tratada « há mais de duas semanas » com os parceiros de cooperação.

Na sexta-feira, a Autoridade Reguladora de Energia (Arene) de Moçambique anunciou a terceira subida de preço dos combustíveis deste ano, com o gás de cozinha a subir quase 20%.

A guerra na Ucrânia e as pressões inflacionistas globais conduziram aos novos preços, que entraram em vigor no sábado.

A gasolina subiu de 83,30 meticais por litro para 86,97 meticais e o gasóleo passou de 78,97 meticais para 87,97 meticais por litro.

Em 2008 e 2010, o aumento do preço de transporte rodoviário, acompanhado do agravamento do custo dos bens e serviços essenciais, gerou revoltas populares nalgumas das principais cidades do país, resultando em confrontos com a polícia e destruição nalguns locais.

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