Moçambique: Minas de Moçambique vão beneficiar de um financiamento de 150 milhões de dólares dos EUA

A mineira australiana Syrah prevê receber um financiamento norte-americano de 150 milhões de dólares para a subsidiária Twigg, que opera a mina moçambicana de grafite de Balama, em Cabo Delgado, foi hoje anunciado.

uma informação aos mercados, a Syrah explica que a conclusão da operação de financiamento a 13 anos – através da DFC, agência de financiamento e desenvolvimento do Governo dos Estados Unidos da América (EUA) – permitirá custear os requisitos de capital das operações locais de grafite, uma das maiores reservas mundiais daquela matéria-prima, utilizada em baterias de carros elétricos.

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A operação possibilitará, inclusive, “estudos de viabilidade para o desenvolvimento do recurso de vanádio de Balama” e a “expansão atual e futura da instalação de armazenamento”, servindo ainda à “sustentação das operações de Balama”.

“O empréstimo proposto pela DFC para Balama está alinhado com o compromisso da DFC de promover acordos e parcerias comerciais e de investimento entre os EUA e a África”, explica a Syrah.

Uma nota emitida pela Casa Branca consultada pela Lusa refere que este financiamento visa garantir a implementação de cadeias de fornecimento em Moçambique, mais concretamente “financiar investimentos na operação de mineração e processamento de grafite da empresa em Balama”.

“Enquanto se aguarda a notificação do Congresso, este investimento aumentará a produção e diversificará a cadeia de abastecimento global de grafite, que é um mineral crítico para uma gama de produtos de energia limpa e tecnologia avançada. O apoio da DFC também conduzirá à criação de emprego e ao investimento em infraestruturas locais, garantindo simultaneamente elevados padrões ambientais e sociais que são essenciais para uma mineração responsável”, lê-se na declaração do Governo norte-americano.

Recorda-se na nota que na recente Cimeira do G20 de 2023, em Nova Deli, Índia, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reuniram um grupo de líderes para “acelerar os investimentos para dimensionar projetos de infraestruturas de alta qualidade e o desenvolvimento de corredores económicos através da Parceria para Infraestruturas e Investimento Globais (IGP)”.

A Casa Branca assume que os EUA “continuarão a alavancar o capital público para mobilizar investimentos do setor privado e a colaborar com os parceiros para desenvolver relações ágeis e flexíveis”.

“Em todo o mundo, da Ásia à África e ao Hemisfério Ocidental, a IGP continuará a construir e a reforçar coligações de parceiros — governos, o setor privado e bancos multilaterais de desenvolvimento — para desenvolver corredores económicos essenciais e impulsionar investimentos de alta qualidade”, afirma ainda.

A Syrah anunciou em 18 de julho ter produzido em abril 15 mil toneladas de grafite para baterias de carros elétricos, que exporta de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, tendo interrompido no mês seguinte a produção devido aos ‘stocks’ internacionais.

A produção da mineira australiana em Cabo Delgado tinha subido para 41 mil toneladas de grafite natural no primeiro trimestre deste ano, face a 35 mil toneladas no trimestre anterior, acima das vendas, que subiram de 28 para 30 mil toneladas.

A Syrah foi uma das empresas mineiras cuja operação foi afetada pelo conflito armado em Cabo Delgado.

A firma australiana está também a construir a sua própria fábrica de material de baterias Vidalia, nos Estados Unidos da América, que será alimentada com minério moçambicano, neste caso com duas toneladas enviadas em abril.

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