Moçambique: Os padeiros aumentam os preços do pão em Maputo e Matola

Alguns padeiros em Maputo e na cidade vizinha de Matola aumentaram o preço do pão até 25 por cento – mas a Associação Moçambicana de Padeiros (AMOPAO) diz não ter sido consultada, de acordo com uma reportagem da estação de televisão independente, STV.

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Há uma semana, um pão normal de 200 gramas custava entre oito e 10 meticais (entre 12,5 e 15,6 cêntimos US, à taxa de câmbio actual). Mas, a partir da última quarta-feira, os padeiros subiram o preço, e o mesmo pão custa agora entre nove e 12 meticais.

Grande parte do pão consumido na capital não é comprado nas padarias, mas a vendedores informais nas ruas. Costumavam comprar pão por oito meticais um pão e revendê-lo por dez. Se o preço na padaria fosse de dez meticais, revendê-lo-iam por 12. Agora que têm de comprar os pães por nove ou 11 meticais, estão a revendê-los por 11 ou 13 meticais.

Alguns revendedores queixam-se de que as suas vendas diminuíram como resultado: sem dúvida que os seus clientes prefeririam fazer fila nas padarias em vez de pagar um par extra de meticais por um pão.

Uma vendedora de rua, nomeado apenas como Arlinda, disse à STV “Eu costumava vender uma caixa e meia de pão por dia, mas agora até vender uma caixa é difícil. É muito complicado viver em Maputo, com os preços de tanta coisa a subir”.

Os padeiros dizem que não têm outra alternativa senão aumentar os seus preços, dado o aumento do custo das matérias-primas, particularmente da farinha de trigo, e dos combustíveis líquidos. Um padeiro, Idrisse Tembe, disse que costumava pagar 1.730 meticais por um saco de 50 quilos de farinha de trigo, mas o preço subiu agora para 2.050 meticais.

“Só aumentámos o preço em um metical por pão”, acrescentou, mas o aumento deveria ter sido de 2,5 meticais.

A AMOPAO, contudo, não reconhece o aumento do preço. O seu presidente, Victor Miguel, disse à STV: “Ainda não recebemos qualquer informação sobre um aumento do preço do pão. O que concordámos com as padarias foi eliminar o desconto que estavam a dar aos revendedores. Isso significava que os revendedores aumentariam os seus preços, mas o preço no balcão da padaria permaneceria o mesmo.

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Em 2020, o governo aprovou uma tabela de preços do pão, segundo a qual um pão de 200 gramas custaria 12,5 meticais. Mas isto nunca teve efeito, porque o governo optou por manter o preço da farinha de trigo a um nível baixo, subsidiando as empresas de moagem.

É provável que o trigo seja escasso, devido à invasão russa da Ucrânia. Tanto a Rússia como a Ucrânia são (ou foram) grandes exportadores de trigo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 2020 a Rússia era o maior exportador de trigo, exportando 37,3 milhões de toneladas, seguida pelos EUA (26,1 milhões de toneladas), Canadá (26,1 milhões), França (19,8 milhões), e Ucrânia (18 milhões).

A África está fortemente dependente das importações de trigo da Rússia e da Ucrânia. Segundo dados da UNCTAD, a Rússia fornece cerca de 40 por cento das importações de trigo de Moçambique e a Ucrânia mais 10 por cento.

A ofensiva russa atingiu gravemente a agricultura e os transportes da Ucrânia. O ministro da agricultura da Ucrânia disse esta semana que as exportações de cereais do seu país caíram de 4-5 milhões de toneladas por mês para apenas algumas centenas de milhares de toneladas. A ONU prevê que 20-30 por cento das colheitas da Ucrânia irão passar sem ser colhidas na época de 2022-2023.

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