Níger: após o golpe de Estado, os militares nomeiam um primeiro-ministro

Ali Mahaman Lamine Zeine foi Ministro das Finanças de 2001 até à queda de Mamadou Tandja num golpe de Estado em 2010.

Na noite de segunda-feira, 7 de agosto, os militares que estiveram na origem do golpe de Estado no Níger anunciaram a nomeação de um primeiro-ministro, Ali Mahaman Lamine Zeine, numa declaração lida na televisão nacional, numa altura em que a comunidade internacional procura restabelecer a ordem constitucional. “O Sr. (Ali Mahaman) Lamine Zeine foi nomeado Primeiro-Ministro”, informou o Coronel Major Amadou Abdramane.

Logo que chegou ao poder, o antigo presidente Mamadou Tandja nomeou Ali Mahaman Lamine Zeine diretor do gabinete em 2001 e depois ministro das finanças em 2002, para dar a volta a uma situação económica e financeira caótica. Trata-se de uma situação herdada dos militares que chegaram ao poder após o assassinato, em 1999, do general e presidente Ibrahim Baré Maïnassara, num país cuja história é marcada por tomadas de poder pela força.

Ali Mahaman Lamine Zeine foi Ministro das Finanças até ao golpe de Estado de Mamadou Tandja, em 2010, pelo Major Salou Djibo, antes das eleições presidenciais ganhas por Mahamadou Issoufou, o antecessor de Mohamed Bazoum, que foi deposto a 26 de julho. Ali Mahaman Lamine Zeine, economista de formação, foi também representante residente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) no Chade, na Costa do Marfim e no Gabão.

Reunião da Cedeao na quinta-feira

Nascido em 1965 em Zinder (Sul), a segunda cidade mais populosa do país, entrou para o Ministério da Economia e das Finanças em 1991, depois de ter estudado na Escola Nacional de Administração (ENA) de Niamey. É igualmente diplomado pelo Centre d’études financières, économiques et bancaires de Marselha e Paris-I.

“O Tenente-Coronel Habibou Assoumane foi também “nomeado Comandante da Guarda Presidencial”, acrescentou Amadou Abdramane. Estas nomeações surgem um dia depois de ter expirado o ultimato fixado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que os militares no poder reintegrassem o Presidente Mohamed Bazoum no cargo. A organização não excluiu o recurso à força se este pedido não fosse respeitado.

Os parceiros ocidentais e africanos do Níger estão divididos quanto à questão da intervenção militar para devolver o poder aos civis, antes de a CEDEAO se reunir novamente na quinta-feira em Abuja, na Nigéria. O Presidente Bazoum permanece sequestrado na sua residência privada desde o dia do golpe de Estado.

A diplomacia é o “meio preferível” para resolver a crise causada pelo golpe de Estado no Níger, afirmou o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, numa entrevista à Radio France Internationale (RFI). “Não há dúvida de que a diplomacia é a melhor maneira de resolver esta situação. É essa a abordagem da CEDEAO, é essa a nossa abordagem, e apoiamos os esforços da CEDEAO para restaurar a ordem constitucional”, disse Antony Blinken, referindo-se à Comunidade dos Estados da África Ocidental.

Contacto: +258 84 91 29 078 / +258 21 40 14 21 – comercial@feelcom.co.mz

leave a reply