Africa: Presidente e primeiro-ministro do Mali detidos por militares

O Presidente do Mali, Bah Ndaw, e o primeiro-ministro, Moctar Ouané, foram esta segunda-feira detidos e transportados para um campo militar perto de Bamako, capital do país, por um grupo de soldados insatisfeitos com o novo Governo.

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« O Presidente e o primeiro-ministro estão aqui em Kati para tratar de assuntos que lhes dizem respeito », disse um alto funcionário militar à France-Presse (AFP), que confirmou esta informação junto de outra fonte, sob condição de anonimato.

Esta alegada tentativa de golpe de Estado está a ocorrer poucas horas depois do anúncio do novo Governo, ainda maioritariamente dominado por militares.

O novo Governo não inclui oficiais próximos da Junta Militar, dos quais Assimi Goïta era líder, que tinha conquistado o poder depois do golpe de 2020.

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« Homens de Goïta vieram buscar-me » Chefe do Governo confirma que foi detido.

Estes coronéis criaram os órgãos de transição algumas semanas depois do golpe, entre os quais um chefe de Estado – o militar aposentado Bah Ndaw – e um primeiro-ministro – o civil Moctar Ouané.

O atual chefe do Governo também confirmou à AFP que estava a ser detido.

« Confirmo. Homens de [Assimi] Goïta vieram buscar-me para me levar até ao Presidente, que mora não muito longe da minha residência », disse Ouané através de uma curta chamada telefónica com a AFP, que acabou por ser interrompida.

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Na sequência da pressão da comunidade internacional e da população, os militares concordaram em devolver o poder aos civis eleitos, num período de 18 meses, e não em três anos, como inicialmente previsto.

Contudo, sob forte contestação política e social, Ouané renunciou ao cargo há dez dias, mas foi imediatamente reconduzido pelo Presidente transitório e indigitado para formar Governo.

A principal incógnita era saber quais seriam as pastas para os militares, em particular os próximos da antiga Junta Militar, aumentando nos últimos dias os receios de que os coronéis golpistas rejeitassem as escolhas do primeiro-ministro.

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No novo Governo as pastas da Defesa, Segurança, Administração do Território e Reconciliação Nacional, foram para militares, mas deixando de fora dois oficiais da antiga junta, Sadio Câmara e Modibo Kone, que tutelavam a Defesa e a Segurança.

Os dois coronéis foram substituídos por Souleymane Doucoure e pelo general Mamadou Lamine Ballo, respetivamente.

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