A lista de perdões também incluiu quatro seguranças da empresa Blackwater que foram condenados pelo homicídio de cidadãos iraquianos
O Presidente cessante dos Estados Unidos concedeu pelo menos 15 indultos, dois dos quais a duas figuras da investigação à interferência da Rússia das presidenciais de 2016, que não deverão ser os últimos até ao final do mandato.
Entre as clemências concedidas, na terça-feira, pelo republicano Donald Trump está George Papadopoulos, um antigo conselheiro de política externa do Presidente cessante durante a campanha de 2016 que se declarou culpado, em 2017, de prestar declarações falsas às autoridades federais durante a investigação conduzida por Robert Mueller.
Alex van der Zwaan, um advogado que também se declarou culpado, em 2018, da mesma acusação que Papadopoulos também foi indultado pelo Presidente cessante. Estas duas figuras proeminentes no inquérito que procurou encontrar provas da interferência do Kremlin nas presidenciais que elegeram Trump estiveram detidas durante um curto período e agora foram perdoadas.
A lista de perdões também incluiu quatro seguranças da empresa Blackwater que foram condenados pelo homicídio de cidadãos iraquianos enquanto trabalhavam como empreiteiros em 2007.
Um dos quais é Nicholas Slatten, empreiteiro da empresa controversa Blackwatter e que foi condenado a prisão perpétua pelo Departamento da Justiça dos Estado Unidos pelo envolvimento no homicídio de 17 civis iraquianos na Praça de Nisour, em Bagdad — uma das maiores ‘manchas’ da presença norte-americana na guerra no Iraque.
Também três antigos membros do Congresso foram perdoados por Donald Trump: Duncan Hunter (Califórnia), Chris Collins (Nova Iorque) e Steve Stockman (Texas).
Duncan Hunter ia começar a cumprir uma pena de 11 meses a partir de janeiro depois de se ter declarado culpado, em 2019, de má utilização de fundos de uma campanha.
Já o antigo congressista de Nova Iorque, um dos primeiros apoiantes de Trump na corrida à Casa Branca em 2016, está atualmente a cumprir uma pena de 26 meses depois de também se ter declarado culpado, no ano passado, de prestar falsas declarações ao Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla inglesa) e de conspirar para cometer fraude na área da segurança.
Steve Stockman foi condenado em 2018 por fraude e lavagem de dinheiro e estava a cumprir uma pena de dez anos.
Esta ‘onda’ de perdões, prossegue o The New York Times, não deverá ser a última de Trump no último mês enquanto Presidente.