Uma crise de água sem precedentes no Uruguai está alegadamente a ser agravada por um projeto da Google. Segundo o HuffPost, mais de metade dos 3,5 milhões de habitantes do país não têm acesso a água potável desde maio, devido a uma grave seca.
Perante estas dificuldades de abastecimento, o anúncio de que o gigante americano vai construir um centro de dados que requer milhões de litros de água por dia está a ser amplamente contestado pela população local.
Com o principal reservatório de água da capital, Montevidéu, reduzido a apenas 2% da sua capacidade, o governo uruguaio declarou, há um mês, o « estado de emergência » em relação aos recursos hídricos.
Perante esta situação, os dirigentes do país decidiram também juntar à água doce a água salgada do estuário do Rio da Prata, para satisfazer as necessidades vitais dos seus habitantes. Mas esta água é quase intragável devido aos resíduos castanhos que a tornam « nauseabunda ».
Neste contexto, o recente anúncio da construção de um centro de dados pela Google foi a gota de água para a opinião pública. Segundo os nossos colegas, esta infraestrutura consumiria 7,6 milhões de litros de água por dia para arrefecer os seus servidores, o que equivale ao consumo doméstico diário de 55.000 pessoas.
Em sinal de protesto, muitos manifestantes pintaram com spray a palavra « pilhagem » nas paredes da capital. Embora o Ministro da Indústria e a Google tenham garantido que o consumo de água do centro acabará por ser reduzido, as tensões não parecem ter diminuído nos últimos dias.