O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, alertou hoje para a possibilidade de formação de um « grande ciclone » no canal de Moçambique nos próximos dias.
« Atenção especial devemos dar a informação monitorada pelo Instituto Nacional de Meteorologia, sobre a possibilidade de formação de um grande ciclone tropical no canal de Moçambique », disse Filipe Nyusi, falando durante a cerimónia de atribuição de patentes a oficiais do Serviço Nacional de Migração na Presidência da República, em Maputo.
Em causa está um alerta emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia na segunda-feira sobre a possibilidade de um sistema de baixa pressão que está no oceano Índico evoluir para uma depressão tropical e entrar no canal de Moçambique.
Segundo o Presidente moçambicano, as autoridades têm três cenários possíveis: no primeiro, o sistema atinge Madagáscar no dia 27, no estágio de tempestade tropical severa (ciclone de categoria dois) e desfaz-se no interior daquele país.
No segundo cenário, o sistema atinge Madagáscar e sai em direção ao canal de Moçambique com trajetória incerta.
No terceiro cenário, o sistema passa por cima de Madagáscar e entra para o canal de Moçambique, podendo atingir alguns distritos da parte costeira do centro e norte do país.
« Apesar de o cenário três ser menos provável, sendo o mais provável o cenário um, nós, moçambicanos, temos de nos precaver. Mais calma e menos pânico », declarou o chefe de Estado moçambicano.
O Centro Operativo de Emergência esteve hoje reunido para avaliar o nível de prontidão das autoridades face ao risco, tendo a entidade avançado que só nos próximos três dias as autoridades terão clareza sobre o curso do sistema de baixa pressão.
Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre o centro e o norte de Moçambique.