Convocado através das redes sociais sob o lema « Basta de privilégios! Que renunciem os envolvidos », o protesto contra a chamada « vacinação VIP » teve epicentro na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, em Buenos Aires, mas teve réplicas nas principais praças e avenidas do país.
Também houve uma forte manifestação em frente à residência presidencial para que o Presidente, Alberto Fernández, ouvisse a reclamação popular.
Bandeiras argentinas, buzinas, cornetas e panelas compuseram um cenário de indignação contra um esquema de vacinas que incluía o uso da ante-sala, anexa ao gabinete do ministro da Saúde, como uma sala improvisada de vacinação a ministros, legisladores e políticos aliados do Governo.
O ministro da Saúde demitido recebeu 13 denúncias, que vão desde « abuso de autoridade » à « propagação de doença », passando por « peculato ».
« Este é um protesto muito tangível porque o escândalo afeta de perto todas as pessoas que entendem que as vacinas desviadas eram para os seus pais, avós, amigos ou conhecidos de grupos de risco. E o escândalo abala um dos principais pilares da democracia: o da igualdade », indica a analista política Sabrina Ajmechet, da Universidade de Buenos Aires.