Aberta ao diálogo, mas pronta para se defender. Por ocasião do Dia Nacional da República da China em Taiwan, o Presidente Tsai Ing-wen enviou uma mensagem dupla a Pequim e à comunidade internacional. Ela desdobrou as suas propostas para a defesa da ilha e do seu sistema democrático, com o apoio da população.

“Quero advertir Pequim que o confronto armado não é uma opção”, disse a presidente de Taiwan no seu discurso do Dia Nacional. Depois de recordar o aumento da pressão “militar, diplomática e comercial” exercida por Pequim nos últimos anos, bem como as suas “manipulações destinadas a aniquilar a soberania da República da China em Taiwan que ameaçam a segurança e a estabilidade da região”.

O seu discurso, depois de abordar a situação económica e o sistema de bem-estar social, centrou-se também no “aprofundamento do sistema democrático e na procura de apoio internacional”.

Mas “de forma racional, em pé de igualdade e com respeito mútuo, estamos dispostos a procurar com as autoridades de Pequim formas de preservar a paz e a estabilidade no Estreito”, acrescentou ela, de acordo com o site da revista Tien Hsia. Tsai disse que queria fazer tudo para deixar um legado de “um Taiwan melhor”.

Aumento do orçamento militar

Prosseguiu anunciando o reforço do orçamento militar:

“Com acções, informamos o mundo que Taiwan enfrentará o desafio da sua própria defesa, que não ficaremos de braços cruzados à espera que o destino decida, e que defenderemos a segurança e estabilidade da região com os nossos aliados”.

Prosseguiu falando especificamente sobre um aumento da produção de mísseis guiados e um reforço dos recursos marítimos e da guarda costeira, bem como sobre as compras planeadas de armas ligeiras para completar o sistema. Para não mencionar a criação de um “Gabinete de Defesa Civil” para reforçar as capacidades de formação.

10 de Outubro é o Dia Nacional da República da China. Esta data comemora a Revolta de Wuchang de 1911, que levou à queda do Império Qing e ao estabelecimento da república a 1 de Janeiro de 1912. O governo de Taiwan considera-se o herdeiro directo deste governo, enquanto que em Pequim a República Popular foi fundada em 1949, que considera Taiwan uma província renegada da China. O objectivo da “reunificação” – inclusive pela força – foi reafirmado várias vezes por Xi Jinping nos últimos anos.