Um assaltante usou uma arma automática para atingir dois adeptos da equipa de futebol sueca, bem como uma terceira pessoa que ficou ferida mas está fora de perigo.

TERRORISMO – Choque em Bruxelas. Duas pessoas – uma sueca e outra de origem sueca – foram mortas na noite de segunda-feira, 16 de outubro, num ataque a tiro descrito como um “ataque cobarde” pelo Primeiro-Ministro belga Alexander De Croo. O principal suspeito, que fugiu numa scooter, foi detido na manhã de terça-feira, 17 de outubro. Eis o que se sabe sobre o atentado da manhã de terça-feira, 17 de outubro.

O que é que aconteceu?

O ataque ocorreu pouco depois das 19 horas, perto da Place Sainctelette, em Bruxelas, minutos antes de um jogo de qualificação para o Euro-2024 entre a Bélgica e a Suécia, no estádio Roi-Baudouin. Segundo o Le Soir, um homem armado, vestindo uma parka fluorescente, desceu de uma scooter e disparou contra transeuntes que tinham acabado de sair de um táxi, perseguindo pessoas que se refugiavam num átrio de um edifício.

Duas pessoas, “uma de nacionalidade sueca, a outra de origem sueca”, apoiantes da equipa de futebol, foram mortas, segundo o Procurador Federal, Frédéric Van Leeuw. De acordo com as primeiras informações, o agressor apontou-lhes uma arma automática. Uma terceira pessoa, também de nacionalidade sueca, “está hospitalizada em estado grave”, declarou o magistrado numa conferência de imprensa realizada na madrugada de terça-feira, 17 de outubro, e noticiada pelo Le Monde.

O jogo entre a Bélgica e a Suécia foi interrompido ao intervalo, por volta das 21h30. Mas os cerca de 35.000 espectadores presentes no estádio Roi-Baudouin foram retidos durante mais de duas horas, por medida de segurança. O estádio foi gradualmente evacuado e os adeptos suecos foram escoltados até ao aeroporto para regressarem a casa.

Suspeito detido

O suspeito fugiu numa scooter, de acordo com um vídeo da cena difundido pelos meios de comunicação social, no qual se ouvem pelo menos quatro tiros.

Uma mensagem de vídeo que reivindica a autoria do atentado foi publicada nas redes sociais por um homem que “se apresenta como o autor do atentado e se diz inspirado pelo Estado Islâmico”, declarou o Ministério Público Federal, responsável pelos casos de terrorismo e encarregado da investigação. Nas imagens, o suspeito “afirma ter matado três suecos”, sublinhou Frédéric Van Leeuw.

O homem foi detido na manhã de terça-feira, 17 de outubro, no município de Schaerbeek, em Bruxelas, disse à AFP um porta-voz do Ministério Público Federal. “A polícia abriu fogo”, sublinhou Eric Van Duyse, sem especificar se o suspeito ficou ferido. O suspeito ainda não foi formalmente identificado.

Segundo vários meios de comunicação belgas, o suspeito do atentado, Abdesalem L., é um homem de 45 anos, de origem tunisina, que vive na comuna de Schaerbeek, em Bruxelas. “É um homem […] que estava a residir ilegalmente no nosso país”, declarou o Primeiro-Ministro Alexander de Croo numa conferência de imprensa na terça-feira, 17 de outubro. O suspeito “apresentou um pedido de asilo no nosso país em novembro de 2019. Recebeu uma decisão negativa em outubro de 2020 e desapareceu do radar pouco tempo depois”, explicou Nicole de Moor, Secretária de Estado do Asilo. A ordem de saída do país na sequência da rejeição do seu pedido de asilo, “que foi emitida em março de 2021, nunca pôde ser emitida”.

Na Bélgica, o nível de ameaça terrorista foi elevado para 4, considerado “muito grave” (nível máximo), na segunda-feira à noite na região de Bruxelas. A palavra de ordem é “ficar em casa até que a ameaça seja erradicada”. “Foram igualmente adoptadas medidas de segurança reforçadas em toda uma série de locais sensíveis, nomeadamente os ligados à comunidade sueca no nosso país. Estamos também a pedir a todos os habitantes da capital que se mantenham o mais vigilantes possível”, acrescentou o Primeiro-Ministro na terça-feira.