Guerra na Ucrânia: quais são as consequências da retirada da Rússia do acordo sobre os cereais?

O anúncio feito por Moscovo do fim « de facto » do acordo sobre as exportações ucranianas de cereais através do Mar Negro deve ser relativizado.

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A Rússia suspendeu a sua participação no acordo sobre as exportações de cereais do Mar Negro. Este acordo, celebrado em julho de 2022 pela Rússia e pela Ucrânia após mediação da ONU e da Turquia, já foi prorrogado várias vezes. Destina-se a evitar uma crise alimentar mundial, permitindo as exportações de cereais ucranianos através do Mar Negro, apesar do conflito russo-ucraniano. Durante o ano passado, o acordo permitiu que quase 33 milhões de toneladas de cereais saíssem dos portos ucranianos.

Há semanas que a Rússia tem vindo a afirmar que as condições para uma nova prorrogação não estão reunidas. Moscovo considera que as suas próprias exportações de cereais e fertilizantes estão a ser prejudicadas, apesar de não serem diretamente visadas pelas sanções ocidentais impostas em resposta à invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Impacto variável

Esta decisão testemunha a intransigência do Governo russo, que multiplica as suas recusas e continua a tentar penalizar a Ucrânia. Na segunda-feira, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, denunciou mais uma decisão cínica da Rússia.

A decisão da Rússia é suscetível de ter repercussões mistas.

Por um lado, podemos contar com boas colheitas e com o aumento das reservas mundiais. As novas previsões da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) para a produção mundial de cereais em 2023 foram aumentadas em 5,9 milhões de toneladas em julho, para um recorde de 2 819 milhões de toneladas. As existências mundiais de cereais situaram-se em 878 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 2,3% em relação à campanha anterior.

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No entanto, a suspensão do acordo poderá levar a um novo aumento dos preços, o que preocupa os países em desenvolvimento, incluindo os de África (por exemplo, 80% dos cereais da África Oriental são importados da Rússia e da Ucrânia). Os consumidores […] vão pagar o preço », acusou António Guterres, Secretário-Geral da ONU.

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Por outro lado, o anúncio da Rússia significa que milhões de toneladas de cereais podem voltar a ficar bloqueadas no sul da Ucrânia. No entanto, foram encontradas rotas de exportação alternativas que permitem aos produtores de cereais ucranianos exportar, nomeadamente através da Roménia.

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