A Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas pediu a revisão dos preços dos combustíveis, alertando que as dívidas do Estado às gasolineiras podem paralisar a distribuição num momento em que os preços no mercado internacional estão a disparar.
“As empresas distribuidoras de combustíveis já não se encontram em situação de continuar a atividade sem que estes dois fatores [a dívida e a revisão de preços] estejam resolvidos ou minimamente acautelados”, declarou Michel Ussene, presidente da Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (Amepetrol), citado pela comunicação social moçambicana.
No total, segundo a Amepetrol, o Governo moçambicano deve às gasolineiras acima de 110 milhões de dólares, um valor que continua a crescer nas últimas semanas com a subida do preço do baril no mercado internacional em resultado dos impactos da invasão russa da Ucrânia.
“Provavelmente, o público no geral não tem conhecimento que o combustível que tem estado a comprar é fruto de subsídio. Este subsídio faz com que o governo tenha uma dívida para com as empresas distribuidoras de combustível”, explicou Michel Ussene, acrescentando que as reservas que existem atualmente no país são capazes de cobrir os próximos 30 dias.
Para a associação, face ao contexto atual e obedecendo ao seu preço real no mercado internacional, um litro de gasolina em Moçambique custaria 97 meticais, contra os atuais 77 meticais, e o preço do gasóleo também devia estar em 97 meticais, contra os atuais 70 meticais.