A empresa sul-africana Grindrod anunciou um investimento de cerca de 80 milhões de dólares norte-americanos, a ser aplicado nos próximos dois anos, com o objectivo de aumentar em 50% a capacidade de manuseamento ferroviário e portuário de carvão no Terminal da Matola, inserido no complexo portuário de Maputo. Com este investimento, a capacidade anual passará de oito milhões para 12 milhões de toneladas.
O anúncio foi feito na passada sexta-feira, durante a cerimónia de inauguração das novas instalações administrativas da Grindrod no Porto da Matola, que contou com a presença do Presidente moçambicano, Daniel Chapo.
Segundo Chapo, a infraestrutura está projectada para receber cargas transportadas por via ferroviária, e não rodoviária. “O nosso objectivo é continuar a investir na ferrovia, para que tenhamos menos camiões e mais vagões a transportar carvão e magnetite”, afirmou o Chefe de Estado.
Sublinhou ainda a urgência de acelerar esta transformação estrutural, com vista a reforçar a eficiência do transporte ferroviário e aumentar a competitividade do Corredor de Maputo, através da integração operacional entre a empresa moçambicana CFM, a sul-africana Transnet e o Porto de Maputo.
“Essa integração não trará apenas benefícios técnicos e operacionais. Terá igualmente impactos económicos, sociais e ambientais positivos, incluindo a criação de mais empregos ao longo do Corredor”, acrescentou o Presidente.
Chapo apelou à melhoria de toda a cadeia logística do Corredor de Maputo, de forma a garantir o retorno do investimento e responder às exigências dos mercados regionais e internacionais. Referiu-se especificamente à gestão eficiente da alfândega e à necessidade de serviços logísticos que respeitem padrões de qualidade e previsibilidade.
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Comprar um espaço para minha empresa.Por seu turno, o Director Executivo da Empresa de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), Osorio Lucas, declarou que, durante a fase de construção, o novo investimento poderá criar mais de 800 empregos directos até 2027, além de 60 empregos indirectos na fase de operação.
Lucas sublinhou que o desenvolvimento sustentável não pode ser medido apenas em números ou infraestruturas, mas sim na capacidade de fazer o sistema funcionar de forma integrada, o que exige mais cooperação, inovação e disciplina operacional.
“Não basta ter terminais modernos, um sistema ferroviário robusto, fronteiras fluidas e procedimentos aduaneiros e migratórios modernos. É indispensável trabalho em equipa, pois só assim garantiremos que o Porto de Maputo e o seu sistema logístico sejam competitivos e relevantes para a região e para o mundo”, defendeu Lucas.
O Director Executivo da Grindrod, Xolani Mbambo, afirmou por sua vez que a empresa celebra este ano 115 anos de existência, e que a sua história se pauta pela “resiliência, inovação e compromisso”. Acrescentou: “Podem confiar que estão nas mãos de uma empresa com larga experiência e reputação consolidada”.
As novas instalações administrativas da Grindrod no Porto da Matola ocupam uma área de 2.000 metros quadrados, empregam mais de 90 trabalhadores e representam um investimento superior a cinco milhões de dólares.