Maputo, 17 de Julho de 2025 – Moçambique está a delinear um novo plano nacional de combate à insegurança alimentar, reunindo esta semana, em Maputo, decisores políticos, parceiros de desenvolvimento, académicos e representantes da sociedade civil para identificar soluções sustentáveis face ao agravamento da fome no país.

O encontro, promovido pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), surge num momento em que cerca de 24% da população moçambicana enfrenta níveis críticos de insegurança alimentar, agravados por fenómenos como as alterações climáticas, conflitos armados e choques económicos globais.

Durante a abertura, o ministro da Agricultura, Celso Correia, sublinhou que o combate à fome exige uma abordagem coordenada, multisectorial e orientada por dados concretos. “Temos que sair deste encontro com compromissos reais e um plano exequível, que responda às necessidades das nossas populações mais vulneráveis”, disse.

Entre os pontos em discussão estão o reforço da produção agrícola local, o investimento em tecnologias resilientes ao clima, a melhoria da logística de distribuição alimentar e a ampliação da proteção social para os grupos em risco.

A reunião conta ainda com a participação de representantes da FAO, do Programa Mundial de Alimentação (PMA) e do Banco Africano de Desenvolvimento, que reafirmaram o seu apoio ao Governo de Moçambique para implementar soluções duradouras.

“O nosso papel é assegurar que nenhum moçambicano fique para trás”, frisou o representante do PMA, destacando a necessidade de aumentar os recursos destinados aos programas de alimentação escolar e apoio nutricional comunitário.

O plano nacional deverá ser consolidado até ao final de 2025, com metas claras e mecanismos de monitoria independentes, para garantir a transparência e a eficácia das intervenções.