Quanto mais tempo vai durar o coronavírus?

Anthony Fauci, especialista em doenças infecciosas, em entrevista à CNN, falou sobre a duração do coronavírus, porém sua resposta não foi muito satisfatória. Ele teria dito que o vírus pode durar de semanas a meses. “Isso porque tudo depende de uma série de factores. Ou seja, não se sabe exactamente o que nos espera em um futuro próximo”.

Entretanto, em meio a todas as dúvidas surgidas, uma coisa é certa em algum momento, as coisas vão se acalmar.

“Se medidas agressivas de saúde pública não contiverem o vírus ou não forem mantidas por tempo suficiente, provavelmente, torne-se algo com o qual a população vai lidar naturalmente e pode prejudicar o sistema de saúde”, afirma Mark Cameron, imunologista da Case Western Reserve University, em Cleveland, Estados Unidos.

É preciso entender que este é um vírus muito “inteligente”, segundo Cameron. “Está ‘caminhando’ à nossa volta, ‘voando’ connosco, vai ao trabalho connosco. Isso é bem preocupante por causa dessa proximidade constante e sua facilidade de se espalhar”.

Devido ao comportamento imprevisível da população nos estágios iniciais de uma epidemia, o pico de casos e posterior retracção depende, por exemplo, se o primeiro infectado for um motorista de ônibus ou um morador de área isolada e de como, nesses primeiros dias, todos vão lidar com a situação, disse Mac Hyman, matemático da Universidade Tulane, em Nova Orleans

Ou seja, qualquer previsão não passa de palpite. Considerando que os primeiros casos na China foram registrados em Janeiro e que o número de novos contágios caiu sendo que contaminações locais foram zeradas nessa quarta-feira (18), pode ser que em poucos meses as coisas se acalmem. Isto é, desde que o controle continue sendo realizado, como interrupção de actividades públicas, a exemplo de fechar escolas, shoppings e afins.

“Tudo isso vai trazer efeitos sociais profundos”, de acordo com Sankar Swaminathan, chefe da Divisão de Doenças Infecciosas da Universidade de Utah.

“Mas acho que já estamos cuidando disso”. Aqui no Brasil, vários estados já estão tomando acções nesse sentido, como restrição de transportes públicos, cancelamentos de eventos e fechamento temporário de estabelecimentos considerados não essenciais.

Resposta imunológica, clima e aprimoramento das técnicas de prevenção a partir das experiências de outros países também serão determinantes para o futuro da doença. Ainda assim, o isolamento social ainda é a melhor ferramenta. Com contacto mínimo, as chances de transmissão são muito menores.

Os desafios, entretanto, prometem permanecer entre nós por mais alguns meses. Mesmo que atinja seu pico, o Coronavírus deve ser combatido continuamente para que não tenham de ser tomadas medidas extremas. “É preciso um método de intervenção direcionada”, diz Mary Louise Kelly, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins.

“Distanciamento social é o martelo, e basicamente tudo o que temos. Precisamos de um bisturi, seja a capacidade de testar e identificar de maneira mais eficaz indivíduos infectados, o desenvolvimento de uma vacina ou a criação de um tratamento profilático”, finaliza a pesquisadora.

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