O vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, acusou na segunda-feira, 20 de outubro, a França de estar por detrás de ações de desestabilização e de “tentativas de minar a paz” no seu país. As declarações foram publicadas na rede social X (antigo Twitter), num tom particularmente crítico em relação a Paris.
A reação surge dois dias após o anúncio da nomeação de Alfredo Okenve, ativista equato-guineense exilado em Espanha, ao Prémio Franco-Alemão dos Direitos Humanos. O governo de Malabo considera Okenve um “traidor da nação”.
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Anuncie aqui: clique já!“A França recompensa os instigadores do ódio, encorajando-os a perturbar a paz e a agir contra a sua própria cultura e os seus irmãos”, afirmou o vice-presidente na sua publicação, responsabilizando Paris por “todas as tentativas de minar a paz na Guiné Equatorial”.
Segundo Teodoro Nguema Obiang, as ações francesas remontam à “tentativa de golpe de Estado de dezembro de 2017”, alegadamente conduzida por agentes da Direção-Geral de Segurança Externa (DGSE).
O dirigente acrescentou ainda que “a França apropria-se dos nossos bens e ativos através de organizações como a Transparency”, acusando o país europeu de uma “política de assédio sistemático” contra a Guiné Equatorial.
“Rejeitamos categoricamente esta política de hostilidade promovida pela República Francesa para desestabilizar o nosso país, tal como tem feito com outros Estados africanos como o Mali, o Níger e o Burkina Faso. A África está cansada destas manobras”, sublinhou Obiang Mangue.
Teodoro Nguema Obiang foi condenado pela justiça francesa em 2021 a três anos de prisão com pena suspensa e ao pagamento de uma multa de 30 milhões de euros por crimes de branqueamento de capitais, abuso de bens sociais e corrupção.
A França e a Guiné Equatorial continuam envolvidas num litígio sobre bens mal adquiridos, centrado num imóvel de luxo avaliado em 100 milhões de euros localizado na avenida Foch, em Paris. Em setembro deste ano, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) decidiu a favor de Paris, rejeitando a queixa de Malabo que visava impedir a venda do edifício.
Além de França, o vice-presidente enfrenta processos judiciais nos Estados Unidos, Suíça, Brasil, Reino Unido e África do Sul, todos relacionados com acusações de corrupção.
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Comprar um espaço para minha empresa.A Guiné Equatorial, um pequeno país africano rico em petróleo, é governada há mais de 46 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, de 83 anos, pai do atual vice-presidente. Trata-se do recorde mundial de longevidade no poder para um chefe de Estado ainda vivo — fora as monarquias.