África do Sul: As maiores cidades da África do Sul estão sem água, mas as barragens estão cheias

Há uma necessidade urgente de colocar a água no topo da agenda do país. Vários problemas estão a agravar-se a um ritmo acelerado

As principais cidades da África do Sul em Gauteng – o coração económico do país – estão a sofrer uma grande escassez de água. Em Joburg e Tshwane, as torneiras secaram, com numerosas áreas a serem abastecidas de forma intermitente, enquanto algumas áreas não têm água.

A província tem áreas metropolitanas – Joburg, Tshwane e Ekurhuleni. Todas são afectadas. Rand Water, a autoridade da água para a região, impôs restrições de 30%. Isto será reexaminado quando o sistema recuperar.

O último corte de água foi em Novembro de 2021, quando a Rand Water cortou a água durante 54 horas para que pudesse fazer a manutenção da infra-estrutura. Houve também restrições durante a seca em 2015-2017.

A província serve como um exemplo perfeito de como uma área pode experimentar escassez de água e abastecimento intermitente, mesmo que as barragens estejam cheias.

O maior problema reside nas infra-estruturas em decomposição. Isto inclui o armazenamento, abastecimento e tratamento da água. Além disso, os recursos hídricos são mal geridos. E tem havido um planeamento deficiente e uma falta de financiamento para manter infra-estruturas envelhecidas e para acompanhar a rápida urbanização.

A crise em Gauteng tem vindo a desenvolver-se ao longo de muitas décadas. As infra-estruturas de água e saneamento em Joburg são antigas – algumas condutas de água foram instaladas há quase um século. Além disso, tem havido um crescimento exponencial – das empresas e da população.

Gauteng é a província mais pequena da África do Sul, mas contribui com 45% para a produção económica total do país. Todos os sectores económicos se expandiram nas últimas décadas.

A população da província também aumentou para pouco mais de 16 milhões – contra 12 milhões em 2011.

Rand Water indicou que o elevado consumo de água é o responsável pela actual escassez. As estimativas sugerem que o consumo de água em Gauteng por pessoa por dia é superior a 300l, bem acima da média global de 173l. É importante notar que esta estimativa inclui água não-revenda – água que se perde antes de chegar ao consumidor.

O Gauteng encontra-se infelizmente numa tempestade perfeita de grande fornecimento intermitente de água devido a contínuos cortes de corrente, temperaturas elevadas que levam a uma utilização de água acima da média, e grandes perdas contínuas de água através do rebentamento de condutas e fugas devido a infra-estruturas dilapidadas.

Há uma necessidade urgente de colocar a água no topo da agenda do país. Vários problemas de água estão a agravar-se a um ritmo acelerado.

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