A cidade da Cidade do Cabo, no sudoeste da África do Sul, está paralisada há quase uma semana por uma greve colectiva dos táxis. O Santaco, o Conselho Nacional de Táxis da África do Sul, está indignado com a aplicação de um regulamento pelo município, liderado pelo partido da oposição Aliança Democrática, que permite confiscar os seus veículos em caso de infração. A violência intensificou-se desde o início da greve, deixando pelo menos cinco mortos.

Pelo menos 120 pessoas foram detidas e já se registaram pelo menos cinco mortes em consequência da greve, segundo a polícia. Os veículos também foram incendiados e milhares de utentes ficaram retidos: os táxis partilhados são o principal meio de transporte dos habitantes de Cape Flats, a vasta planície que inclui os municípios da cidade.

O sindicato Santaco protesta contra a aplicação de uma lei municipal que permite às autarquias apreender os veículos que infringem a lei – seja por conduzirem sem licença, seja por terem um táxi que não cumpre as normas. As tensões aumentaram quando 15 mini-autocarros foram apreendidos num só dia na semana passada.

O governo do ANC, através do seu Ministro dos Transportes, tomou o partido dos táxis partilhados, argumentando que a nova regulamentação excedia as competências do município. Este argumento é rejeitado pela Cidade do Cabo, que apela aos representantes do sector para que regressem à mesa das negociações.

A greve da Santaco prolongar-se-á até quarta-feira, 9 de agosto. As celebrações do Dia da Mulher Sul-Africana, inicialmente previstas para o mesmo dia na Cidade do Cabo, tiveram também de ser transferidas para Pretória.