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Turquia e Rússia pedem cessar-fogo na Líbia

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, pediram ontem um cessar-fogo na Líbia a partir de domingo, após uma reunião entre os dois chefes de Estado, anunciou o chefe da diplomacia turca.

“O nosso Presidente, Recep Tayyip Erdogan, e o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, fizeram hoje (ontem) um apelo a um cessar-fogo (na Líbia) a partir de 12 de Janeiro, ou seja, na noite de sábado para domingo”, afirmou Mevlüt Cavusoglu, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, realizada esta quarta-feira em Istambul.

A Turquia apoia o Governo de Trípoli, reconhecido pela ONU, e começou a enviar soldados turcos para formação e coordenação, enquanto a Rússia defende as forças rivais do marechal Khalifa Haftar.

Os dois presidentes garantiram, em comunicado conjunto, que estão comprometidos com a “soberania, independência, integridade territorial e unidade nacional da Líbia”, referiu a agência de notícias oficial Anadolu.

O primeiro-ministro líbio viajou ontem para Bruxelas para falar com os responsáveis europeus sobre o conflito naquele país do norte de África, um dia depois de o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, França, Alemanha e Itália terem condenado os planos da Turquia de enviar tropas para a Líbia.

“Estamos a pedir uma paragem imediata da escalada de violência e da interferência externa que tem vindo a aumentar nos últimos dias. A Líbia é uma prioridade para a UE, que estará empenhada ativamente, com todos os atores relevantes, nos esforços para parar as hostilidades e conseguir chegar ao diálogo político. A única solução é uma negociação política entre as partes e não uma solução militar”, disse o espanhol Josep Borrell, em conferência de imprensa.

Em declaração conjunta, Borrell e os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Alemanha, Itália e Reino Unido vincaram o seu “empenho em fazer parar imediatamente os confrontos à volta de Tripoli e naquela região”, desejando que “todos os membros da comunidade internacional respeitem o embargo de armas decretado pelas Nações Unidas”, pois “a contínua interferência externa está a alimentar a crise”.

“Exortamos todas as partes do conflito líbio a adotarem os esforços liderados pelas Nações Unidas e a voltarem às negociações”, lê-se ainda no texto comum.

Atualmente, a Líbia tem dois governos, um no leste (ligado ao general Khalifa Haftar) e outro no oeste no país e sediado em Tripoli(do primeiro-ministro Fayez Sarraj).

O governo do leste é apoiado pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Egito, além de França e Rússia. O governo de Trípoli recebe apoio da Turquia, Catar e Itália.

O governo de Sarraj tem enfrentado uma ofensiva das forças leais ao comandante general Khalifa Haftar e estes combates ameaçam mergulhar a Líbia num caos, temendo-se que o conflito chegue aos níveis de 2011, quando o ditador Muammar Kadhafi foi derrotado e morto.