O julgamento do caso em que o ex-Presidente norte-americano Donald Trump é acusado de violação pela jornalista E. Jean Carroll arrancou, na terça-feira, num tribunal de Nova Iorque.
Na declaração inicial, o advogado de Carroll disse que a alegada violação, no início de 1996, na sequência de um encontro casual nos armazéns Bergdorf Goodman, “mudou para sempre” a vida da jornalista.
“Cheia de medo e vergonha, manteve-se em silêncio por décadas. Eventualmente, porém, o silêncio tornou-se impossível”, disse Shawn Crowley.
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Depois de a jornalista ter mencionado o incidente num livro de memórias, publicado em 2019, o então Presidente “usou a plataforma mais poderosa da Terra para mentir sobre o que havia feito, atacar a integridade de Carroll e insultar a sua aparência”, acrescentou Crowley.
Donald Trump, que não estava no tribunal, mas não descartou testemunhar, tem acusado Carroll inventar a alegação de violação para aumentar as vendas do livro.
O advogado de Trump, Joe Tacopina, disse aos jurados que a história de Carroll era extremamente implausível e carente de evidências.
Tacopina acusou Carroll de “abusar do sistema por dinheiro, por razões políticas e pelo estatuto”, instando os jurados de Nova Iorque, uma cidade onde os democratas são tradicionalmente mais fortes, a deixarem de lado qualquer animosidade que possam ter em relação a Trump.
“Podem odiar Donald Trump. Mas há um tempo e um lugar para isso. Chama-se urna eleitoral. Não está aqui, num tribunal”, disse Tacopina, ao painel de seis homens e três mulheres. “Ninguém está acima da lei, mas ninguém está abaixo dela,” acrescentou.
O processo civil foi movido contra Trump, em novembro, por Carroll. O júri vai decidir se a violação ocorreu e se o ex-Presidente norte-americano difamou a jornalista.
Em 30 de março, Trump foi também formalmente acusado de 34 crimes num caso de pagamento de 130 mil dólares (cerca de 118.500 euros) em subornos à estrela de filmes pornográficos Stormy Daniels.