Difícil dizer se há algo mais controverso do que a indicação do uso de chupeta por parte de profissionais versus a vontade própria de uso por parte dos pais. O consenso nunca existirá, por isso o bom-senso sempre deve prevalecer. Mas vamos entender de uma vez por todas se chupeta faz mal?
chucha faz mal?
Tradução do termo inglês “pacifier”, a chupeta, “pacificadora”, as vezes é vista como a salvação dos pais para momentos de ansiedade e muito choro dos bebés, mas cautela é importante.
Precisamos primeiro entender o motivo do choro. Em muitos casos é fome, em outros vontade de aconchego, frio, necessidades fisiológicas, dentre outros. Por isso, apesar de a chucha realmente ter o poder de acalmar o bebê em algumas situações, são válidos alguns cuidados.
Risco
A principal preocupação com o uso da chupeta desde os primeiros dias de vida é o eventual risco de “confusão de bico” e desmame precoce, ou seja, quando a criança se acostuma com a sucção da chucha e deixa o peito de lado. Isso não seria nada legal, porque amamentar até os seis meses de forma exclusiva e até 2 anos ou mais com complementos é muito importante.
Por isso, apesar dos estudos científicos terem dificuldade em comprovar tal relação, é mais saudável ficar a favor do aleitamento e tentar evitar o uso da chupeta no primeiro mês de vida. E depois? Está liberado? Também não é bem assim. Se os pais conseguirem evitar, melhor.
Caso sintam muita necessidade, é possível utilizar com muita cautela, somente nos momentos de sono, removendo a chucha quando a criança estiver acordada.
Benefício
Outro assunto que tem sido muito estudado é a possível relação de protecção que a chupeta pode trazer para evitar a Síndrome da Morte Súbita do Lactente. Associações médicas importantes, como a Associação Americana de Pediatria, consideram o uso da chupeta para todas as sonecas com esse objectivo, mas somente a partir do primeiro mês.
Esse assunto também não deixa de ter controvérsias, uma vez que o simples aleitamento materno já protege bastante contra essa situação.
O que fazer?
Na prática, portanto, podemos resumir tudo da seguinte forma, sempre com embasamento dos estudos publicados:
- Se possível, evitar o uso da chupeta em âmbito populacional;
- Evitá-la, principalmente, no primeiro mês de vida;
- Caso optem pela chupeta, é fundamental usar uma com bico anatómico e somente nos momentos de grande irritação e sonecas;
- Remover o hábito por completo, no máximo, até os 2 anos de idade.
Com essas considerações, as crianças terão menos riscos de problemas esqueléticos e musculares provocados pelo uso prolongado ou inadequado da chupeta. No entanto, o acompanhamento profissional é importante sempre devido à predisposição que alguns pequenos podem ter a alterações.
Fonte: Activo Saúde