Europa: Dedo médio alemão para a Europa

A recusa da Alemanha em estabelecer um limite europeu para os preços do gás irrita a maioria dos membros da UE. Tem um sabor ainda mais amargo na Grécia.

“A Alemanha novamente contra todos”, lê a manchete na imprensa grega desta manhã. O jornal Efsyn, entre outros, ataca o governo de Olaf Scholz pela sua gestão da crise energética e por uma certa falta de cooperação com os seus parceiros europeus.

A oposição da Alemanha à introdução de um limite máximo de preço do gás da UE é irritante e divisiva, lamenta o título, que nasceu em 2011 durante a crise económica na Grécia. “Tal como na crise da dívida, Berlim está a brincar com os nervos de toda a União Europeia”, escreve o diário de esquerda.

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O governo alemão anunciou no final de Setembro um pacote de 200 mil milhões de euros para, entre outras coisas, subsidiar o preço do gás para os seus cidadãos e empresas, a fim de mitigar as consequências do aumento dos preços.

Uma atitude individualista, diz o jornal grego: “A Alemanha está a permitir-se o que recusa aos restantes países da UE: a imposição de um limite máximo geral para o preço do gás natural, tal como solicitado pela maioria dos países”, critica Efsyn.

“A decisão do governo alemão de despejar rios de recursos na sua economia, após ter assegurado o enchimento dos seus armazéns de gás e acordos para fornecimentos adicionais, foi correctamente saudada por outros países da UE como concorrência desleal”.


Para o jornal grego, a memória da intransigência alemã durante a crise desperta uma sensação de déjà vu e uma memória dolorosa. “Se alguns se ofendem com o comentário de um diplomata europeu de que a Alemanha “está a dar o dedo ao resto da Europa”, seria bom lembrar que em 2010, as principais revistas alemãs estavam a falar exactamente da mesma maneira contra a Grécia”.

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